quinta-feira, 5 de abril de 2012

Escola de Frankfurt - Parte 03

Como vimos no último post, os estudiosos de Frankfurt acreditavam que a industrialização da cultura estava fazendo mal à sociedade. A popularização, massificação, da cultura, antes restrita - erudita -, estava tornando os homens menos críticos. Alienados ao que ocorre ao redor, os homens agora são isolados, alienados e acríticos, não são mais mobilizados em buscar o bem social, mas sim a satisfação pessoal e evitam sair da popular, hoje, zona de conforto.

Mudanças no setor público
Percebendo essa nova característica social, o filósofo Jurgen Habermas defendia que a distribuição da cultura estava deixando as pessoas meno politizadas. Agora, a sociedade tem mais interesse em consumir cultura que em se envolver na esfera política e, ou, nos processos democráticos.

Se a circulação da mídia impressa, na economia de marcado, permitira uma visão crítica e renovada em relação ao Estado e às autoridades tradicionais (em especial à igreja); por outro lado, o desenvolvimento da imprensa a deixou refém de interesses privados. Assim, o equilíbrio social que existia entre interesses privados, de estado e imprensa, terminou.

Com a mudança social, sobretudo impulsionada pela expansão capitalista, transformou o cidadão em consumidor e em contribuinte, apenas.

Cultura Pop
A definição de cultura pop é penosa, mas para sua sorte sou extremamente simplista e não pretendo dissertar, muito menos filosofar sobre o assunto; vamos apenas sintetizar e dizer que cultura pop seria uma forma menos agressiva de definir a indústria cultural. Não se define cultura pop como boa ou má, ruim ou boa, apenas como uma cultura, acreditem ou não, popular.

Umberto Eco, na obra Apocalípticos e Integrados (um ícone dos estudos em Comunicação), aponta que os Franfkurtianos definem a cultura pop como algo maléfico. Na visão frankfurtiana, a cultura popular manipula você nas tomadas de decisões. Sucessos como Super-homem ou Cidadão Kane não são arte, mas apenas obras manipuladoras, pois eles (os frankfurtianos) ignoram a autonomia humana na tomada de decisões.

No entanto, para outras correntes de estudo, a cultura pop é maravilhosa. Os estudiosos americanos, por exemplo, acreditam que a cultura pop existe para subverter e não para servir uma ideologia. A cultura pop é vista como uma arte que pretende incomodar e não acomodar.

O conceito de cultura pop não confronta o de indústria cultural, pelo contrário, é um complemento. Percebe-se que é possível que a arte popular incomode o leitor (ouvinte...).

Características da Cultura Pop
A cultura pop surge para romper metodologias. Apresentam inovações significativas dentro dos gêneros. Jornada nas estrelas inovou as séries. Homem-aranha (e outros heróis da Marvel) inovam o personagem de herói, mostrando o lado humano deles.

Apresentam uma leitura crítica do mundo. A proposta dos criadores da cultura popular é fazer o homem pensar sobre a sociedade em que está inserido. São provocadores e apresentam um modelo bem definido de sua visão.

Considerações finais
Acredito que, basicamente, os estudos de Frankfurt foram bem abordados pelos três posts.

A Escola de Frankfurt desmascarou a benignidade dos media, e foi tomando um ar pessimista sobre o homem, o que fez os estudiosos olharam para os estudos dos frankfurtianos com certo preconceito. No entanto, estudos recentes têm revelados pontos de vista bem interessante e o conceito de "apocalíptico" vem caindo em desuso para definir tais pensadores, embora a expressão possa ser bem empregada em alguns casos.

As críticas dos frankfurtianos à cultura popular não se deve ao fato de ser popular, mas por rebaixarem a qualidade e os padrões.

Devemos lembrar também que a corrente não se limitou a estudar a comunicação para melhor usá-la para fins políticos (como outras correntes) pois estava mais preocupada com uma pesquisa crítica do uso e exploração dos meios.

Referência bibliográfica
Cultura Popular. Gian Danton
Teorias da Comunicação. Ivan Carlo de Andrade Oliveira
Teorias da Comunicação. Mauro Wolf
Teorias da Comunicação - Conceitos, escolas e tendências. Luiz C. Martino, Antonio Hohlfeldt, Vera Veiga Franca




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