Ao iniciar uma faculdade (curso, em Portugal) de jornalismo muitos estudantes não tê
m a visão exata do real papel do jornal e dos profissionais que o constrói. Hoje, a maioria que procura esta faculdade é formada por moças que querem ser repórter de tv. Uma outra parte, de meninos que querem ser jornalista esportivo.
Isso mostra, na minha opinião, como os jovens não são bem informados sobre as possibilidades e responsabilidades desta profissão. Na verdade, muitos iniciam a faculdade justamente caminhando contra a ética da profissão. Buscam fama e reconhecimento ao invés de informar e realizar seu papel social.
Lembro-me que ao cursar a faculdade de jornalismo, minha 'ficha só caiu' no último ano. Seria como o 'médico filho de médico que faz medicina' porque sabe que não lhe faltará emprego e ainda ganhará um bom salário (sei que no setor público o salário do médico é 'vergonhoso', mas ainda assim é acima da média das demais profissões). Seria confortável cursar medicina para ter estabilidade financeira e não se importar com o real sentido da profissão.
Já fiz um texto falando superficialmente do papel social do jornal e do jornalista, hoje quero escrever um texto mais voltado aos que estão iniciando o curso, ou pretendem cursá-lo.
Noções Básicas
Imagine-se (se você ou pretende ser jornalista) como um defensor dos direitos humanos. É seu dever dar voz aos que não a têm. Defender a universalidade dos direitos humanos. Entrar na profissão para se tornar mais um 'rostinho bonito na tv' ou pra ficar analisando e falando do Neymar, Barcelona ou Brasileirão é uma afronta à própria profissão. A democracia deve ser buscada por prioridade.
'Puxa, então você acha que os jornalistas esportivos são inúteis, e o jornalismo de moda, ou entretenimento são puro lixo?'. Claro que não. Mas os conceitos básicos da profissão são os mesmos. É preciso denunciar os absurdos em favor da Copa e Olimpíadas no Brasil, ou em épocas de ditadura, por exemplo. É mais importante denunciar as famílias 'arrancadas' de suas moradias que se empolgar com a conquista da Copa das Confederações.
Não acredito que nasçam bons jornalistas sem 'pisar na lama'. É preciso entrar nas favelas, entrevistar pessoas 'socialmente excluídas'. Desde a faculdade o gosto pela busca da real democracia deve ser exercitada.
Infelizmente, no exercício da profissão dificilmente teremos a oportunidade de manter 'essa pegada', mas é preciso desenvolvê-la para não nos tornarmos simples conformados. 'O jornal onde trabalho tem anúncio da prefeitura', 'não tenho autonomia para pautar matérias', 'trabalho no Diário Oficial, como vou dar voz aos injustiçados?'. 'Sou apenas um assessor'. Se você se conformar com suas delimitações, seria melhor que não exercesse a profissão.
Desde o início, seja qual for a posição editorial (política) do veículo que trabalha, ou editoria, sempre imagine como deixar seu material mais democrático.
Falar de ética seria muito amplo. Uma boa leitura sobre o assunto seria o livro 'Jornalismo Público', de Danilo Ruthberg. Eu tenho este livro e recomendo. Quero escrever um pouco sobre noções básicas para exercer a função jornalística.
Duro ou mole?
No último post falei sobre algumas pistas que você pode ter para saber se realmente esta é a profissão para você. Agora, imagino uma situação na qual você possa aprofundar um pouco os conhecimentos sobre o texto jornalístico.
Há muita coisa para aprender. Vou começar com o informação 'dura ou mole'. Um dos conceitos básicos do jornalismo. É realmente fácil de entender.
Quanto mais próximo de um boato, mas 'mole' é a informação. Por outro lado, quanto mais concreta e embasada uma informação, mais 'dura'. Por isso, evite dados, informações e números que você não consegue identificar a origem (fonte).
Dizer que 'a população aprovou a reforma' é totalmente mole se você não tiver a declaração de um, dois, ou até mais, morador confirmando isso. Escrever que os políticos estão em descrédito é inviável se não houver uma pesquisa com um número de entrevistados considerável.
Uma boa forma de aprender essa diferença de 'duro e mole' é a seguinte: imagine que você pode ser processado por cada informação incorreta. Com certeza você vai pensar 234 mil vezes antes de escrever que 'o juíz Fulano de Tal é homossexual'. Mesmo com dados menos comprometedores, como 'azul é a cor preferida dos meninos', imagine que se você não tiver um respaldo, vai ganhar um 'belo' processo.
Assim, toda vez que você apresentar uma informação, vai buscar a origem dela. Por isso, quando há pesquisas, por exemplo, se divulga 'Fonte: Ibge', ou escrevemos 'segundo Fulano de Tal', 'Cicrano acha que a presidente errou ao tomar tal decisão'.
Notícias, excluindo pequenas notas, são sempre baseadas em estatísticas e entrevistas. Escrever que fulano está triste ou alegre sem que ela diga, por exemplo, deve ser evitado. Por isso, ouvimos e lemos muito a expressão 'visivelmente abalada', ou transtornado, ou 'mostrou irritação'.
Com a prática o conceito de 'duro e mole' é melhor assimilado, mas acho que deu para entender o que significa.
Se você já foi dar depoimento na delegacia como testemunha, sabe que se você falar 'eu acho que motoqueiro estava errado', vai tomar 'um fora' do delegado. Ele provavelmente dirá 'não quero saber o que você acha, quero saber o que você viu'. É mais ou menos isso que o jornalista faz. Não interessa o que você acha, e sim o que é concreto, real.
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terça-feira, 13 de agosto de 2013
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Jornalista narra a história, não a constrói
Na última semana li um excelente texto de Carlos Alberto di Franco, no qual menciona Carl Bernstein, para levantar uma importante questão do jornalismo. A profissão exige que o jornalista narre os fatos, aponte os diferentes pontos de vista, não cabe a ele construir a história, ainda que usando subterfúgios linguísticos, narrativos ou mascarando sua opinião pessoal com informações, declarações inexpressivas, e até levantando polêmica para se dizer incisivo.
Se, por um lado, critica-se o político manipulador, muito jornalista entra no jogo do 'faz de conta que sou neutro' para manipular a opinião do leitor, embaçar a vista, omitindo fatos, informações e ressaltando o que lhe apraz.
A 'ficção da imparcialidade' normalmente é feita com aspas do prejudicado, por falta de uma pergunta inteligente, ou esclarecedora. Em épocas eleitorais, então...
Escrever um texto sem que interesses exterior o influenciem, pode ser menos difícil que escrever um texto
sem deixar os interesses internos prevalecerem. O interesse do próprio jornalista acaba prevalecendo sobre o interesse social.
Como o texto diz, reconhecer o erro de grafia ou de uma vírgula mal colocada é fácil, difícil é reconhecer os erros éticos.
Os jornais continuam não sendo um espelho da sociedade. Em minha cidade, Guarujá, por exemplo, isso é bem claro. Verdadeiros boletins políticos são distribuídos na faceta de jornais, alguns deles sem jornalista responsável, inclusive. Mesmo em veículos mais importantes do país, a prática existe, prejudicando a democracia.
Fácil é apontar um político defender seus interesses, enquanto
a grande imprensa, com o poder do conhecimento das palavras, ludibria de forma menos visível.
Aos profissionais e estudantes de jornalismo cabe vigiar-se e ter humildade de cumprir com ética o que se espera dele. Quando o escritor tem a capacidade de comercializar sorrateiramente sua opinião no texto, influenciando opinião pública, mas prefere assim não proceder, mostra-se digno da profissão que exerce.
Se, por um lado, critica-se o político manipulador, muito jornalista entra no jogo do 'faz de conta que sou neutro' para manipular a opinião do leitor, embaçar a vista, omitindo fatos, informações e ressaltando o que lhe apraz.
A 'ficção da imparcialidade' normalmente é feita com aspas do prejudicado, por falta de uma pergunta inteligente, ou esclarecedora. Em épocas eleitorais, então...
Escrever um texto sem que interesses exterior o influenciem, pode ser menos difícil que escrever um texto
sem deixar os interesses internos prevalecerem. O interesse do próprio jornalista acaba prevalecendo sobre o interesse social.
Como o texto diz, reconhecer o erro de grafia ou de uma vírgula mal colocada é fácil, difícil é reconhecer os erros éticos.
Os jornais continuam não sendo um espelho da sociedade. Em minha cidade, Guarujá, por exemplo, isso é bem claro. Verdadeiros boletins políticos são distribuídos na faceta de jornais, alguns deles sem jornalista responsável, inclusive. Mesmo em veículos mais importantes do país, a prática existe, prejudicando a democracia.
Fácil é apontar um político defender seus interesses, enquanto
a grande imprensa, com o poder do conhecimento das palavras, ludibria de forma menos visível.
Aos profissionais e estudantes de jornalismo cabe vigiar-se e ter humildade de cumprir com ética o que se espera dele. Quando o escritor tem a capacidade de comercializar sorrateiramente sua opinião no texto, influenciando opinião pública, mas prefere assim não proceder, mostra-se digno da profissão que exerce.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Jornalismo declaratório. Puro fracasso
Entende-se por jornalismo declaratório, a produção de uma matéria baseada em declarações. Entrevista com as partes envolvidas. Para um leigo, ouvir os dois (ou mais, se houver) lados basta para se fazer jornalismo.
Se você é estudante ou está nos primeiros passos da profissão de jornalismo, tente fugir deste pseudojornalismo.
Um trabalho que se resume em divulgar as partes envolvidas e suas declarações e posições não pode, e não deve, ser dito como um trabalho profissional.
Este trabalho surge, basicamente por causa de dois elementos fundamentais que não são conciliados no jornalismo moderno.
1. Necessidade de se cumprir uma função social e de retratar uma realidade.
2. Limites das redações e veículos na produção e investigação de notícias. Basicamente, falta de tempo para melhor apuração e pressa em publicar algo novo.
No fim das contas o jornalismo atual, devido à pressão por novas matérias a cada instante e equipes relativamente pequenas, não consegue cumprir o papel social de investigar a fundo suas matérias, mas precisa divulgar alguma coisa para mostrar "trabalho".
Por fim, para desencargo de consciência, ouve-se dois ou três personagens e se publica algo. Muitas vezes, sem, se quer, checar a veracidade dos fatos.
Para @Orlando Tambosi, jornalista catarinense, "Por um lado, quanto mais declaratório for o jornalismo, quanto mais depender exclusivamente de fontes, mais difícil será sustentar que seja uma forma de conhecimento autônoma. [...] Em resumo, o jornalismo declaratório produz informações, mas é difícil saber se são verdadeiras, por mais ‘checadas’ que sejam e por mais críveis e honestas que sejam as fontes. Pode por isso induzir a crenças falsas. Nesse sentido, não produz conhecimento".
Jornalismo declaratório e dossiês
Trata-se de um trabalho forjado para fingir imparcialidade. Ao invés de se produzir um material de investigação, baseado em fatos, descobertas e documentações legítimas, produz-se dossiês.
O problemas é que estes dossiês são produzidos por pessoas ou grupos de pessoas com um interesse em comum. Este a tendência deliberada de atingir alguém, ou alguma instituição.
Vale ressaltar que receber o material, os dossiês, não é errado, mas publicá-lo como se fosse o produto de uma investigação jornalística é totalmente fora de ética.
O trabalho do jornalista é coletar dados e entrevistas, deixando bem claro os contextos nos quais foram colhidos sem deixar a impressão que um material colhido de uma fonte tenha sido fruto de investigação do próprio jornalista, ou veículo.
Portanto, tomemos cuidado para não nos acomodarmos e usarmos como desculpa a pressa ou falta de tempo para publicarmos declarações como fruto de matéria de investigação e apuração.
Se você é estudante ou está nos primeiros passos da profissão de jornalismo, tente fugir deste pseudojornalismo.
Um trabalho que se resume em divulgar as partes envolvidas e suas declarações e posições não pode, e não deve, ser dito como um trabalho profissional.
Este trabalho surge, basicamente por causa de dois elementos fundamentais que não são conciliados no jornalismo moderno.
1. Necessidade de se cumprir uma função social e de retratar uma realidade.
2. Limites das redações e veículos na produção e investigação de notícias. Basicamente, falta de tempo para melhor apuração e pressa em publicar algo novo.
No fim das contas o jornalismo atual, devido à pressão por novas matérias a cada instante e equipes relativamente pequenas, não consegue cumprir o papel social de investigar a fundo suas matérias, mas precisa divulgar alguma coisa para mostrar "trabalho".
Por fim, para desencargo de consciência, ouve-se dois ou três personagens e se publica algo. Muitas vezes, sem, se quer, checar a veracidade dos fatos.
Para @Orlando Tambosi, jornalista catarinense, "Por um lado, quanto mais declaratório for o jornalismo, quanto mais depender exclusivamente de fontes, mais difícil será sustentar que seja uma forma de conhecimento autônoma. [...] Em resumo, o jornalismo declaratório produz informações, mas é difícil saber se são verdadeiras, por mais ‘checadas’ que sejam e por mais críveis e honestas que sejam as fontes. Pode por isso induzir a crenças falsas. Nesse sentido, não produz conhecimento".
Jornalismo declaratório e dossiês
Trata-se de um trabalho forjado para fingir imparcialidade. Ao invés de se produzir um material de investigação, baseado em fatos, descobertas e documentações legítimas, produz-se dossiês.
O problemas é que estes dossiês são produzidos por pessoas ou grupos de pessoas com um interesse em comum. Este a tendência deliberada de atingir alguém, ou alguma instituição.
Vale ressaltar que receber o material, os dossiês, não é errado, mas publicá-lo como se fosse o produto de uma investigação jornalística é totalmente fora de ética.
O trabalho do jornalista é coletar dados e entrevistas, deixando bem claro os contextos nos quais foram colhidos sem deixar a impressão que um material colhido de uma fonte tenha sido fruto de investigação do próprio jornalista, ou veículo.
Portanto, tomemos cuidado para não nos acomodarmos e usarmos como desculpa a pressa ou falta de tempo para publicarmos declarações como fruto de matéria de investigação e apuração.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Escambo nos jornais
Completando meu raciocínio sobre a ética jornalística, neste post termino o tema abordado em meu TCC de Jornalismo Político.
Para concluir a ideia, escrevi sobre a veiculação de matérias em troca de 'presentes'. Na cidade de Guarujá, onde atuei por três anos, a troca de presentes se resume em veiculação de anúncios publicitários. Se você agrada este ou aquele político, o camarada lhe consegue alguns patrocinadores para o jornal. Se for de situação, o mais almejado é o anúncio da Prefeitura.
Receber pequenos presentes como agendas, livros ou outros sem grande valor de fontes ou políticos é até aceitável, como escreve Franklin Martins (2011, p. 39). Mas o jornalista deve desconfiar quando passa a receber presentes mais caros, ou favorecimentos que outros colegas de trabalho não tenham.
Heródoto e Paulo Rodholfo criticam severamente profissionais que agem por favor financeiro (2003, -.21). “Negue tratamento favorável a anunciantes publicitários e aos chamados interesses pessoais”. Nem mesmo se publica matéria em troca de publicidade.
Os autores são claros aos declarar que (2003, p. 25) “fere a ética o jornalista que deixa o patrocínio afetar o conteúdo e a apresentação da notícia”. Essa relação de trocas de favores, além de comprometer a credibilidade do veículo, faz com que o jornal passe a ideia de que o editorial está à venda.
Outro ponto abordado no meu trabalho é que o jornalista não deve ceder à tentação de veicular matérias em troca de poder. Ele tem o dever de zelar pela sua independência e atitude crítica, resistindo às pressões a publicar, ou deixar de publicar, matérias por oferta de dinheiro, emprego ou outras vantagens.
No texto de Gerson Luiz Martins , publicado no site Observatório da imprensa, o autor denomina de pseudojornalismo essa prática de “extorsão econômica” nas relações entre imprensa e políticos. E é categórico ao declarar que estes “panfletos” não têm qualquer credibilidade entre a população. Para o autor, esses veículos não devem servir de referência para o jornalismo.
A relação estreita entre jornal e político se torna um fenômeno que Gerson Luiz Martins denomina de cúmplice e refém. Os políticos são cúmplices dessas publicações porque as financiam. Por outro lado são reféns, pois estão sempre sujeitos a extorsões. Enquanto houver políticos dispostos a financiar esta práticas, elas tendem a aumentar.
Voltando a falar de Franklin Martins, o autor comenta que os manuais dos grandes jornais oferecem uma boa norma de conduta ética (2011, p.32) .
Primeiro, porque resumem boa parte da experiência dos jornalistas diante das tentativas de sedução e cooptação, descendo a casos concretos e dúvidas específicas. Assim, fornecem um bom ponto de partida para agir em várias situações nebulosas. Segundo, os manuais de conduta servem como ótima desculpa para recusar propostas ou convites ambíguos sem parecer indelicado.
O autor também comenta que a prática de o jornal veicular informações em trocas financeiras, traz prejuízos à imagem do veículo, ainda que não imediatamente. “Se a empresa jornalística, por interesses econômicos ou políticos, decidir segurar uma notícia em determinado momento, pior para ela: a médio prazo, estará trombando também com o público”, Franklin Martins (2011, p.34).
Uma alternativa para o fim desta relação seria o surgimento, ou crescimento, de escolas de jornalismo na região.
Para concluir a ideia, escrevi sobre a veiculação de matérias em troca de 'presentes'. Na cidade de Guarujá, onde atuei por três anos, a troca de presentes se resume em veiculação de anúncios publicitários. Se você agrada este ou aquele político, o camarada lhe consegue alguns patrocinadores para o jornal. Se for de situação, o mais almejado é o anúncio da Prefeitura.
Receber pequenos presentes como agendas, livros ou outros sem grande valor de fontes ou políticos é até aceitável, como escreve Franklin Martins (2011, p. 39). Mas o jornalista deve desconfiar quando passa a receber presentes mais caros, ou favorecimentos que outros colegas de trabalho não tenham.
Heródoto e Paulo Rodholfo criticam severamente profissionais que agem por favor financeiro (2003, -.21). “Negue tratamento favorável a anunciantes publicitários e aos chamados interesses pessoais”. Nem mesmo se publica matéria em troca de publicidade.
Os autores são claros aos declarar que (2003, p. 25) “fere a ética o jornalista que deixa o patrocínio afetar o conteúdo e a apresentação da notícia”. Essa relação de trocas de favores, além de comprometer a credibilidade do veículo, faz com que o jornal passe a ideia de que o editorial está à venda.
Outro ponto abordado no meu trabalho é que o jornalista não deve ceder à tentação de veicular matérias em troca de poder. Ele tem o dever de zelar pela sua independência e atitude crítica, resistindo às pressões a publicar, ou deixar de publicar, matérias por oferta de dinheiro, emprego ou outras vantagens.
No texto de Gerson Luiz Martins , publicado no site Observatório da imprensa, o autor denomina de pseudojornalismo essa prática de “extorsão econômica” nas relações entre imprensa e políticos. E é categórico ao declarar que estes “panfletos” não têm qualquer credibilidade entre a população. Para o autor, esses veículos não devem servir de referência para o jornalismo.
A relação estreita entre jornal e político se torna um fenômeno que Gerson Luiz Martins denomina de cúmplice e refém. Os políticos são cúmplices dessas publicações porque as financiam. Por outro lado são reféns, pois estão sempre sujeitos a extorsões. Enquanto houver políticos dispostos a financiar esta práticas, elas tendem a aumentar.
Voltando a falar de Franklin Martins, o autor comenta que os manuais dos grandes jornais oferecem uma boa norma de conduta ética (2011, p.32) .
Primeiro, porque resumem boa parte da experiência dos jornalistas diante das tentativas de sedução e cooptação, descendo a casos concretos e dúvidas específicas. Assim, fornecem um bom ponto de partida para agir em várias situações nebulosas. Segundo, os manuais de conduta servem como ótima desculpa para recusar propostas ou convites ambíguos sem parecer indelicado.
O autor também comenta que a prática de o jornal veicular informações em trocas financeiras, traz prejuízos à imagem do veículo, ainda que não imediatamente. “Se a empresa jornalística, por interesses econômicos ou políticos, decidir segurar uma notícia em determinado momento, pior para ela: a médio prazo, estará trombando também com o público”, Franklin Martins (2011, p.34).
Uma alternativa para o fim desta relação seria o surgimento, ou crescimento, de escolas de jornalismo na região.
O assunto ética é, praticamente, inesgotável, mas levando em consideração o meu trabalho de conclusão de curso, já escrevi tudo o que poderia escrever. Em algum momento futuro volto a abordar o tema. Agora vou procurar outros assuntos para abastecer o blog.
Espero que eu possa ter dado uma boa prévia sobre a ética no jornalismo.
sábado, 1 de dezembro de 2012
Jornalismo não deve ser feito em troca de vantagens pessoais
Nesta semana, Alberto Dines publicou uma matéria muito interessante que tem tudo a ver com a ética jornalística. No início de novembro escrevi um pouco sobre o assunto. Fiz um breve comentário sobre as relações entre jornalista e fonte. Hoje vou escrever um pouco sobre a questão de favorecimentos e vantagens pessoais que os jornalistas podem ter em virtude de sua profissão.
O texto citado acima no site Observatório da Imprensa e é um pouco longo, mas indispensável para estudantes e profissionais da área. Recomendo imprimir o texto para não cansar a vista (pelo menos isso acontece comigo quando leio textos longos no computador).
Este é um trecho retirado de meu TCC, porém com algumas adaptações.
Manipulação também é vantagem pessoal
Como fonte de informação em massa, os jornais possuem grande penetração nas camadas sociais, no entanto, este poder jamais deve ser utilizado pelo jornalistas, e seus proprietários, para benefícios pessoais. Isso não implica apenas bens materiais, mas para manipulação de ideologias e propaganda política.
Heródoto e Paulo Rodolfo (2003, p.32) comentam que “utilizar o anonimato da fonte para embutir opinião pessoal”, por isso, a fonte deve ser sempre identificada, salvo em casos de proteção à fonte.
Os autores também ressaltam o comportamento contra a conduta ética de jornalistas que utilizam suas fontes para conseguir favores pessoais de empresas privadas ou públicas. Pratica comum, conforme apurei em levantamento de pesquisa de campo para o TCC. Por isso mesmo, as fontes que insistem em se manter omissas devem ser bem analisadas para que não seja publicada nenhuma informação imprecisa ou, até mesmo, falsa.
Jornalista não decide por ninguém
Como ressalta Anabela Gradim, o jornal não deve ser comandado como uma empresa de interesses pessoais (2000, p.17). Mais uma, vez, ressalto que a pesquisa que realizei para o trabalho revelou que isso é comum, pelo menos, no município estudado (Guarujá).
Sendo o jornal uma empresa que produz e divulga notícias, não pode servir interesses criados, nem outros interesses além do seu interesse de informar. O jornal não serve para dar cumprimentos, tecer loas, promover partidos, personalidades ou ideais, ganhar eleições, forjar mitos, arregimentar hostes ou empreender guerras santas. Nem o inverso. O jornal não serve para desacreditar pessoas ou instituições, pagar favores, perseguir inimigos, encetar campanhas, comprometer-se com acções de propaganda ou servir de trampolim para se atingirem fins velados de natureza pessoal.
A função do jornalismo não é praticar o “denuncismo”, e muito menos a promoção pessoal de quem quer que seja, como lembra Jorge Pedro Sousa (2001, p.14) “os jornalistas também não devem aproveitar-se das suas funções para promover amigos, perseguir inimigos, pagar favores, fazer propaganda ou pedinchar benesses junto dos agentes de poder”.
Em “Jornalismo Político”, Franklin Martins é enfático ao declarar que (2011, p.34) “o jornalismo só existe como missão: informar a sociedade para que ela, bem informada, possa tomar suas próprias decisões”.
Ainda tem mais uma parte do assunto que vou escrever num próximo post, para não ficar muito longo.
O texto citado acima no site Observatório da Imprensa e é um pouco longo, mas indispensável para estudantes e profissionais da área. Recomendo imprimir o texto para não cansar a vista (pelo menos isso acontece comigo quando leio textos longos no computador).
Este é um trecho retirado de meu TCC, porém com algumas adaptações.
Manipulação também é vantagem pessoal
Como fonte de informação em massa, os jornais possuem grande penetração nas camadas sociais, no entanto, este poder jamais deve ser utilizado pelo jornalistas, e seus proprietários, para benefícios pessoais. Isso não implica apenas bens materiais, mas para manipulação de ideologias e propaganda política.
Heródoto e Paulo Rodolfo (2003, p.32) comentam que “utilizar o anonimato da fonte para embutir opinião pessoal”, por isso, a fonte deve ser sempre identificada, salvo em casos de proteção à fonte.
Os autores também ressaltam o comportamento contra a conduta ética de jornalistas que utilizam suas fontes para conseguir favores pessoais de empresas privadas ou públicas. Pratica comum, conforme apurei em levantamento de pesquisa de campo para o TCC. Por isso mesmo, as fontes que insistem em se manter omissas devem ser bem analisadas para que não seja publicada nenhuma informação imprecisa ou, até mesmo, falsa.
Jornalista não decide por ninguém
Como ressalta Anabela Gradim, o jornal não deve ser comandado como uma empresa de interesses pessoais (2000, p.17). Mais uma, vez, ressalto que a pesquisa que realizei para o trabalho revelou que isso é comum, pelo menos, no município estudado (Guarujá).
Sendo o jornal uma empresa que produz e divulga notícias, não pode servir interesses criados, nem outros interesses além do seu interesse de informar. O jornal não serve para dar cumprimentos, tecer loas, promover partidos, personalidades ou ideais, ganhar eleições, forjar mitos, arregimentar hostes ou empreender guerras santas. Nem o inverso. O jornal não serve para desacreditar pessoas ou instituições, pagar favores, perseguir inimigos, encetar campanhas, comprometer-se com acções de propaganda ou servir de trampolim para se atingirem fins velados de natureza pessoal.
A função do jornalismo não é praticar o “denuncismo”, e muito menos a promoção pessoal de quem quer que seja, como lembra Jorge Pedro Sousa (2001, p.14) “os jornalistas também não devem aproveitar-se das suas funções para promover amigos, perseguir inimigos, pagar favores, fazer propaganda ou pedinchar benesses junto dos agentes de poder”.
Em “Jornalismo Político”, Franklin Martins é enfático ao declarar que (2011, p.34) “o jornalismo só existe como missão: informar a sociedade para que ela, bem informada, possa tomar suas próprias decisões”.
Ainda tem mais uma parte do assunto que vou escrever num próximo post, para não ficar muito longo.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Jornalismo, democracia e denuncismo
Continuando meus textos sobre a ética do Jornalismo, desta vez quero comentar um pouco mais sobre a relação do profissional com a sociedade. Os textos foram retirados do meu trabalho de TCC da minha pós em Jornalismo Político, com adaptações.
Neste post escrevo um pouco sobre as relações do jornalismo com o desenvolvimento da democracia e como o denuncismo fere a ética jornalística.
Para acessar os posts anteriores sobre o tema, clique nos tópicos a seguir: Jornalismo e fama - O papel social do jornal e do jornalista - Introdução ao assunto.
A obra “Manual do radiojornalismo” destaca alguns pontos éticos importantes para a prática jornalística. Dentre os quais, os autores questionam o jornalista que se preocupa puramente em manter o emprego, deixando de lado o dever social do jornalista. Recomenda-se que os jornalistas questionem quando são pressionados a agir de forma contrária às posturas éticas da profissão.
Impor a linha editorial do jornal sob ameaça de demissão ou outra forma de castigo é condenável .
Publicar boatos ou informações é um erro condenável pelos autores (2003, p.21). “Quando rumores e fofocas são publicados como notícias precisas (...) geralmente se constituem em um sofisma e colaboram para reforçar o denuncismo”.
Para evitar esse erro recomenda-se não publicar matérias baseadas em uma única fonte e evitar textos tendenciosos.
Se um veículo de comunicação se propõe a seguir determinada linha editorial como um “caça às bruxas”, a função social deste jornal é nula. Assim como usar o veículo para promoção pessoal, de amigos, ou patrocinadores. O jornal que se propõe a ser usado como “carro eleitoreiro” nada tem de instrumento social.
Jornal não é panfleto político
Sobre as características de um jornal, Gerson Luiz Martins , em seu artigo publicado 12 de junho de 2012 no site Observatório da Imprensa , explica que muitos jornais atuais atuam mais como panfletos políticos, pois atuam com textos publicitários, opinativos e doutrinários, que fogem totalmente dos objetivos do jornalismo.
No artigo, o autor, ironicamente, comenta que os leitores dessas veículos utilizam o jornal mais como “aparato sanitário de cães e gatos” do que fonte de informação. Esses panfletos, de acordo com o autor, acabam circulando com matérias envelhecidas, matérias frias, são distribuídas de forma precária e alguns desses jornais, sequer possuem jornalistas formados em seus quadros. Como veremos mais para frente, características que recaem muito bem nos jornais da cidade do Guarujá.
O jornal, quando comprometido em informar, também exerce um importante papel para o desenvolvimento da democracia. Pois a democracia não se resume a eleições diretas e indiretas. Franklin Martins explica como o jornalismo tem a ver com a democracia (2011, p.26).
"Implica também o aumento do espírito crítico e maior interferência da sociedade em todos os espaços públicos e de formação da opinião pública. A imprensa é um deles, talvez o mais importante deles.
O resultado é que (...)as decisões editoriais são tomadas, cada vez mais, levando em conta critérios jornalísticos".
Portanto, para que um jornal exerça o papel social que dele se espera, deve fugir de práticas doutrinárias manipuladoras. E seus profissionais devem zelar pela imparcialidade para, não apenas informar, mas levar entendimento ao leitor.
Anabela Gradim aborda o assunto revelando que não é papel do jornalista selecionar arbitrariamente a informação a ser dada(2000,p33).
"O jornalista não é uma vivandeira que espalha boatos e devassa a intimidade e privacidade das figuras públicas; não trafica influências; não paga nem presta favores; não promove nem desfaz a imagem de ninguém; não ameaça; não dá recados; não trai a confiança dos leitores ou das fontes; não se arvora juiz ou autoridade moral das questões quando relata factos. Limitar-se-á a relatá-los".
Por hoje é só. Recomendo a leitura das obras citadas no texto e também dos livros:
Ética no jornalismo
Ética, Jornalismo e Nova Mídia
A arte de fazer um jornal diário
Neste post escrevo um pouco sobre as relações do jornalismo com o desenvolvimento da democracia e como o denuncismo fere a ética jornalística.
Para acessar os posts anteriores sobre o tema, clique nos tópicos a seguir: Jornalismo e fama - O papel social do jornal e do jornalista - Introdução ao assunto.
A obra “Manual do radiojornalismo” destaca alguns pontos éticos importantes para a prática jornalística. Dentre os quais, os autores questionam o jornalista que se preocupa puramente em manter o emprego, deixando de lado o dever social do jornalista. Recomenda-se que os jornalistas questionem quando são pressionados a agir de forma contrária às posturas éticas da profissão.
Impor a linha editorial do jornal sob ameaça de demissão ou outra forma de castigo é condenável .
Publicar boatos ou informações é um erro condenável pelos autores (2003, p.21). “Quando rumores e fofocas são publicados como notícias precisas (...) geralmente se constituem em um sofisma e colaboram para reforçar o denuncismo”.
Para evitar esse erro recomenda-se não publicar matérias baseadas em uma única fonte e evitar textos tendenciosos.
Se um veículo de comunicação se propõe a seguir determinada linha editorial como um “caça às bruxas”, a função social deste jornal é nula. Assim como usar o veículo para promoção pessoal, de amigos, ou patrocinadores. O jornal que se propõe a ser usado como “carro eleitoreiro” nada tem de instrumento social.
Jornal não é panfleto político
Sobre as características de um jornal, Gerson Luiz Martins , em seu artigo publicado 12 de junho de 2012 no site Observatório da Imprensa , explica que muitos jornais atuais atuam mais como panfletos políticos, pois atuam com textos publicitários, opinativos e doutrinários, que fogem totalmente dos objetivos do jornalismo.
No artigo, o autor, ironicamente, comenta que os leitores dessas veículos utilizam o jornal mais como “aparato sanitário de cães e gatos” do que fonte de informação. Esses panfletos, de acordo com o autor, acabam circulando com matérias envelhecidas, matérias frias, são distribuídas de forma precária e alguns desses jornais, sequer possuem jornalistas formados em seus quadros. Como veremos mais para frente, características que recaem muito bem nos jornais da cidade do Guarujá.
O jornal, quando comprometido em informar, também exerce um importante papel para o desenvolvimento da democracia. Pois a democracia não se resume a eleições diretas e indiretas. Franklin Martins explica como o jornalismo tem a ver com a democracia (2011, p.26).
"Implica também o aumento do espírito crítico e maior interferência da sociedade em todos os espaços públicos e de formação da opinião pública. A imprensa é um deles, talvez o mais importante deles.
O resultado é que (...)as decisões editoriais são tomadas, cada vez mais, levando em conta critérios jornalísticos".
Portanto, para que um jornal exerça o papel social que dele se espera, deve fugir de práticas doutrinárias manipuladoras. E seus profissionais devem zelar pela imparcialidade para, não apenas informar, mas levar entendimento ao leitor.
Anabela Gradim aborda o assunto revelando que não é papel do jornalista selecionar arbitrariamente a informação a ser dada(2000,p33).
"O jornalista não é uma vivandeira que espalha boatos e devassa a intimidade e privacidade das figuras públicas; não trafica influências; não paga nem presta favores; não promove nem desfaz a imagem de ninguém; não ameaça; não dá recados; não trai a confiança dos leitores ou das fontes; não se arvora juiz ou autoridade moral das questões quando relata factos. Limitar-se-á a relatá-los".
Por hoje é só. Recomendo a leitura das obras citadas no texto e também dos livros:
Ética no jornalismo
Ética, Jornalismo e Nova Mídia
A arte de fazer um jornal diário
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Jornalista corre atrás da notícia, não da fama
Hoje quero voltar a falar sobre Ética. No meu último post sobre o assunto, abordei o papel social do jornal de do jornalista. Agora vou comentar que o jornalista não faz parte do noticiário.
Recentemente, terminei meu #TCC de jornalismo político, onde eu abordei o assunto e vou aproveitar o que escrevi para este post.
O que o jornalista faz para conseguir informações, ou conseguir entrevistas não faz parte do noticiário. Informações sobre as dificuldades, contratempos ou as emoções do jornalista não são parte da notícia (salvo raras exceções).
No trabalho de Para Pedro Jorge Sousa - Elementos do jornalismo impresso - (p.14), o autor escreve: “os jornalistas não se devem aproveitar da sua função para ascenderem ao estrelato”, pois as notícias, as informações, são mais importantes que o jornalista.
A jornalista portuguesa Anabela Gradim, ao escrever "Manual de jornalismo" chega a dizer (p. 32) "É ridículo o homem que vai cobrir o grande incêndio na Serra da Estrela, do qual já resultaram vários mortos e dezenas de habitações destruídas, abrir a reportagem de forma descabidamente emotiva, e contando como quase se viu cercado pelo fogo mas felizmente escapou ileso. Pese embora o exagero do exemplo, o jornalista tem de perceber que o critério de proximidade se aplica à proximidade do acontecimento com os seus leitores, e não com ele próprio".
O jornalista profissional deve ter o propósito de manter-se longe do que relata, evitando que seu ponto de vista interfira no que escreve. Ainda pressupondo que os gostos e as preferências da pessoa que escreve a matéria não devam interferir na notícia podemos entender que este distanciamento faz parte dos requisitos básicos para um jornalista preocupado minimamente com seus valores éticos e sua conduta moral.
Uma das citações de meu TCC foi retirada do livro "Manual de Radiojornalismo" de Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima (p24) que argumentam que “o jornalista é um espectador da cena na qual se produzem os acontecimentos (...). A vedete é a notícia não o jornalista”.
Também achei interessante citar Franklin Martins (p.37), em sua obra "Jornalismo Político", o autor comenta que a função do jornalista é correr atrás da notícia e não da fama, ou do sucesso pessoal. Franklin recomenda que o jornalista tome cuidado para não se confundir com a notícia tampouco se prevalecer dela.
A função social do jornal e do jornalista deve prevalecer sobre questões pessoais como a de o jornalista querer se destacar sobre a notícia. Igualmente, não é função de o jornalista manipular o entendimento da informação, por isso, a relação jornalista-veículo também deve ser ponderada, mas isso já é assunto para um próximo post.
Para aprofundamento do assunto, recomendo a leitura das obras citadas no post.
Para aprofundamento do assunto, recomendo a leitura das obras citadas no post.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Papel social do jornal e do jornalista
Recentemente postei um texto sobre ética, que copiei do meu primeiro capítulo do TCC que estou fazendo para minha pós de jornalismo político. Desta vez, achei melhor, pelo menos, dar uma cozinhada no texto, que também retirei do meu TCC.
A profissão de jornalista exige mais que capacidades mentais e técnicas. Exige também um bom senso apurado para agir com ética às várias situações encontradas no cotidiano do jornalista. O caráter social que os veículos de comunicação possuem deve ser observado por seus proprietários na condução de suas empresas.
Para Ricardo Noblat o jornal não pode ser visto como um negócio e sim como um serviço social. O jornalista explica que “mais do que informações e conhecimentos, o jornal deve transmitir entendimento. Porque é do entendimento que deriva o poder”.
Ser jornalista não significa simplesmente escrever bem. É necessário seguir um padrão de comportamento coerente com a ética que a profissão exige. Seguir o Código de Ética é essencial ao jornalista profissional.
Sobre ética, o livro Manual do Radiojornalismo ressalta que “a ética existe como um referencial para os homens em sociedade”. Trata-se de uma reflexão sobre o comportamento humano do ponto da moralidade.
A primeira questão levantada pelos autores é que o jornalista deve dizer somente a verdade, evitando pressões que o possam fazer desviar disso. A partir deste conceito, os demais podem ser traçados.
Levando em consideração a função social do trabalho do jornalista, espera-se dele uma conduta ética que lhe regulamente seu comportamento perante a sociedade, os colegas de profissão e demais profissionais.
Sobre a ética na cobertura política, que é o meu tema no TCC, Franklin Martins destaca no primeiro parágrafo de seu livro – Jornalismo Político - “a maior preocupação da cobertura é informar o leitor, e não convencê-lo a adotar determinadas ideias”.
O jornalista também ressalta que os jornalistas devem se guiar pelos Códigos de éticas: da FENAJ, das empresas onde trabalham e a do Rádio Corredor (rádio-peão).
No próximo post sobre o tema, eu devo escrever sobre a relação jornalista-fama. Levantando os problemas de o jornalista que aparece mais que a notícia em si.
A profissão de jornalista exige mais que capacidades mentais e técnicas. Exige também um bom senso apurado para agir com ética às várias situações encontradas no cotidiano do jornalista. O caráter social que os veículos de comunicação possuem deve ser observado por seus proprietários na condução de suas empresas.
Para Ricardo Noblat o jornal não pode ser visto como um negócio e sim como um serviço social. O jornalista explica que “mais do que informações e conhecimentos, o jornal deve transmitir entendimento. Porque é do entendimento que deriva o poder”.
Ser jornalista não significa simplesmente escrever bem. É necessário seguir um padrão de comportamento coerente com a ética que a profissão exige. Seguir o Código de Ética é essencial ao jornalista profissional.
Sobre ética, o livro Manual do Radiojornalismo ressalta que “a ética existe como um referencial para os homens em sociedade”. Trata-se de uma reflexão sobre o comportamento humano do ponto da moralidade.
A primeira questão levantada pelos autores é que o jornalista deve dizer somente a verdade, evitando pressões que o possam fazer desviar disso. A partir deste conceito, os demais podem ser traçados.
Levando em consideração a função social do trabalho do jornalista, espera-se dele uma conduta ética que lhe regulamente seu comportamento perante a sociedade, os colegas de profissão e demais profissionais.
Sobre a ética na cobertura política, que é o meu tema no TCC, Franklin Martins destaca no primeiro parágrafo de seu livro – Jornalismo Político - “a maior preocupação da cobertura é informar o leitor, e não convencê-lo a adotar determinadas ideias”.
O jornalista também ressalta que os jornalistas devem se guiar pelos Códigos de éticas: da FENAJ, das empresas onde trabalham e a do Rádio Corredor (rádio-peão).
No próximo post sobre o tema, eu devo escrever sobre a relação jornalista-fama. Levantando os problemas de o jornalista que aparece mais que a notícia em si.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Ética jornalística
Nas próximas semanas estarei um pouco ecopado tecendo o TCC de uma pós que estou terminando, por isso as postagens tendem a se tornar um pouco mais escassas. Uma estratégia para unir o útil ao agradável é usar textos do TCC para postar aqui.
Hoje, vou falar um pouco de ética. Ainda pretendo postar mais dois ou três textos sobre o tema. Vamos começar com uma leve introdução.
A profissão de jornalista exige mais do que a arte de escrever bem. Espera-se de um bom profissional da área uma boa bagagem cultura, capacidade de explanar, de se adaptar e até certa carga física, uma vez que são precisas várias caminhadas ao dia, subir e descer escadas e eventuais corre-corres.
Os novos avanços tecnológicos também trazem novos desafios aos profissionais jornalistas. Além de estar atualizado com todas as informações possível, é preciso saber trabalhá-las, saber disponibilizá-las ao público em diferentes meios – televisão, rádio, internet, jornal...
O jornalista agora é multitarefas. É preciso acompanhar as novas mídias e as novas tecnologias sob o risco de, se não o fizer, se tornar um profissional abaixo dos padrões mercadológicos. O jornalista português João Simão, em sua obra “Manual do jornalismo impresso – o informativo”, destaca alguns dos novos desafios do jornalista (2007, p.05)
"Actualmente e cada vez mais a profissão de jornalista implica que este seja o mais polivalente possível conseguindo ser capaz de produzir para imprensa, rádio e televisão bem como também para a Internet. Interagir com diversas ferramentas informáticas editando texto, som e vídeo. Ser capaz de fotografar, filmar e enviar a informação o mais rapidamente para a redacção. Assim ser jornalista já não implica apenas dominar todos os géneros. Temos agora que acrescentar dominar todos os meios, plataformas e ferramentas."
No próximo post quero escrever um pouco sobre o papel social do jornal e do jornalista.
Hoje, vou falar um pouco de ética. Ainda pretendo postar mais dois ou três textos sobre o tema. Vamos começar com uma leve introdução.
A profissão de jornalista exige mais do que a arte de escrever bem. Espera-se de um bom profissional da área uma boa bagagem cultura, capacidade de explanar, de se adaptar e até certa carga física, uma vez que são precisas várias caminhadas ao dia, subir e descer escadas e eventuais corre-corres.
Os novos avanços tecnológicos também trazem novos desafios aos profissionais jornalistas. Além de estar atualizado com todas as informações possível, é preciso saber trabalhá-las, saber disponibilizá-las ao público em diferentes meios – televisão, rádio, internet, jornal...
O jornalista agora é multitarefas. É preciso acompanhar as novas mídias e as novas tecnologias sob o risco de, se não o fizer, se tornar um profissional abaixo dos padrões mercadológicos. O jornalista português João Simão, em sua obra “Manual do jornalismo impresso – o informativo”, destaca alguns dos novos desafios do jornalista (2007, p.05)
"Actualmente e cada vez mais a profissão de jornalista implica que este seja o mais polivalente possível conseguindo ser capaz de produzir para imprensa, rádio e televisão bem como também para a Internet. Interagir com diversas ferramentas informáticas editando texto, som e vídeo. Ser capaz de fotografar, filmar e enviar a informação o mais rapidamente para a redacção. Assim ser jornalista já não implica apenas dominar todos os géneros. Temos agora que acrescentar dominar todos os meios, plataformas e ferramentas."
No próximo post quero escrever um pouco sobre o papel social do jornal e do jornalista.
terça-feira, 29 de maio de 2012
A ética em sete escalas
Recentemente, em trabalho para a pós graduação que estou fazendo, li um importante texto sobre ética. O autor, Luiz Martins, faz um excelente trabalho que facilita - e muito - a compreensão do que é ética.
O texto, intitulado "Os sete matizes da ética", traz uma explicação clara e precisa que nos ajuda a entender melhor o campo deontológico.
Trata-se de uma boa introdução sobre o complexo assunto. Recomendo aos estudantes que procurem o maior número de material possível sobre o assunto, pois nas faculdades de Comunicação, o assunto, na minha opinião, não é tratado a fundo como deveria.
A velocidade do webjornalismo somado à rapidez das mudanças tecnológicas fez com que muitos jornalistas caíssem, e ainda caiam, em armadilhas na pressa pelo "furo". O imediatismo e a disputa para ser o primeiro site a publicar tal assunto, algumas vezes, causou erros lastimáveis.
Enfim, voltaremos ao assunto ética mais tarde, por ora, cabe o bom texto do professor Luiz Martins, e um link básico para o Código de Ética do Jornalismo.
O texto, intitulado "Os sete matizes da ética", traz uma explicação clara e precisa que nos ajuda a entender melhor o campo deontológico.
Trata-se de uma boa introdução sobre o complexo assunto. Recomendo aos estudantes que procurem o maior número de material possível sobre o assunto, pois nas faculdades de Comunicação, o assunto, na minha opinião, não é tratado a fundo como deveria.
A velocidade do webjornalismo somado à rapidez das mudanças tecnológicas fez com que muitos jornalistas caíssem, e ainda caiam, em armadilhas na pressa pelo "furo". O imediatismo e a disputa para ser o primeiro site a publicar tal assunto, algumas vezes, causou erros lastimáveis.
Enfim, voltaremos ao assunto ética mais tarde, por ora, cabe o bom texto do professor Luiz Martins, e um link básico para o Código de Ética do Jornalismo.
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