Espero que esta postagem o ajude a tirar algumas dúvidas e faça aumentar ainda mais sua paixão pela Comunicação.
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, os pensadores alemães Horkheimer e Adorno se refugiaram nos Estados Unidos e puderam perceber que apesar do regime democrático, todas as formas de governo tinha tendências autoritárias.
Segundo Adorno, a indústria adapta seus produtos para serem consumidos pela massa e alimentam este consumo; ou seja, os produtos da indústria cultural não são originais do povo, mas o gosto popular é que é originado desta indústria.
Iluminismo
Para entender um pouco melhor os pensadores da época precisamos entender o momento histórico e o iluminismo faz parte de tudo isso.
Segue links para melhor entender o Iluminismo, pois não cabe este blog as explicações detalhadas: texto resumido, apresentação em slides (bem objetivo), trabalho sobre o iluminismo marxista.
O que mobiliza a população, nas sociedades "capitalistas avançadas", é o consumo ao que chamam de indústria cultural necessário para manter sistema econômico. As comunicações deixam de ser vistas como libertadoras e passam a ser vistas como mais um eixo amarrado à grande corrente social.
Adorno e Horkheimer percebem que o crescimento econômico oferecia um mundo mais justo, mas por outro lado, oferece a um pequeno grupo um poder imenso sobre a maioria.
As previsões iluministas humanistas não ocorrem na Europa (e em nenhum lugar do mundo), pois o desenvolvimento social, científico e industrial não trouxeram ao homem a liberdade e a felicidade esperadas. Pelo contrário, diz Adorno, aprisionou o homem nas inovações tecnológicas. O homem passou a ser alienado com o mundo.
Indústria Cultural
Os meio de comunicação de massa tiveram papel importante nessa alienação humana. A reprodução cultural tirou o valor da cultura popular e erudita, segundo os frankfurtianos. A reprodução em escala das obras artísticas, acaba nivelando por baixo as obras.
Exemplo dessa adaptação ao consumo, "O corcunda de Notre Dame" ganhou uma versão mais "sutil" pela Walt Disney. Para os pensadores da corrente de Frankfurt, essa adaptação deixa o homem mais conformado, alienado. A obra não instigava como o autor queria. As obras adaptadas não davam ao homem uma conscientização social, pois a adaptação servia justamente para deixar os leitores na "zona de conforto social".
Para os pensadores de Frankfurt, a indústria cultural tem basicamente três objetivos: ser comercializado, diminuir (degradas) o gosto popular e pacificar (alienar) os consumidores.
A Industria Cultural degrada o gosto popular porque deseja vender seu produto, portanto não é "comercial" vender produtos polêmicos ou de difícil entendimento, assim a visão crítica deixa de existir.
Próximo(s) post(s)
É, o assunto não não esgotou e acredito que ainda serão necessários mais um ou dois posts sobre o assunto. Ainda quero comentar um pouco sobre a Cultura Pop, a visão da Escola de Frankfurt sobre a esfera pública e alguns pensamentos de outros estudiosos e até críticas à visão frankfurtiana.
Links
Escola de Frankfurt - Parte 01
Teorias da Comunicação - Ivan Carlo Andrade de Oliveira
Teorias da Comunicação - Mauro Wolf
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domingo, 25 de março de 2012
sábado, 17 de março de 2012
Escola de Frankfurt de Comunicação
O filósofo alemão Max Horkheimer |
Podemos identificar a nomeação de Max Horkheimer como diretor do Instituto für Sozialforschung como o ponto crucial para a definição do local como importante centro de estudos sociais.
Os estudiosos
O diretor, Horkheimer, e Theodor Adorno foram os principais autores no desenvolvimento do conceito de industria cultural, o centro dos estudos culturais e de análise de mídia na linha. Também se juntam com destaque aos ilustres, os estudiosos Walter Benjamin e Siegfrield Kracauer. Outros nomes serão apresentados em posts futuros.
Eram pensadores que se preocupavam com os estudos críticos da sociedade. A gama de assuntos abordados por estes estudiosos era amplo e abraçava a política, a arte, os processos civilizadores e algumas outras áreas. Inevitavelmente, perceberam o poder da mídia da denominada cultura de mercado na vida das pessoas.
A sociedade é um todo e não segmentada
Como define Mauro Wolf, "a identidade central da teoria crítica configura-se, por um lado, como construção analítica dos fenômenos que investiga e, por outro, e simultaneamente, como capacidade para atribuir esses fenômenos às forças sociais que os provocam".
Os frankfurtianos entendem que a sociedade não pode ser setorizada, pois funciona como um todo. Os estudos das disciplinas não deveriam ser segmentadas ou setorizadas.
Ao contrário do que propunham estudiosos de Comunicação da época, a Escola de Frankfurt entendia que os fenômenos comunicacionais constituem um complexo social, não deveria ser tratado à parte, precisa, por isso, ser estudado dentro do contexto histórico global da sociedade. O que causou grande impacto nos estudos de Comunicação.
Pela visão mais ampla de sociedade, a forma que os frankfurtianos encararam os estudos em Comunicação levou os estudos sociais a um novo patamar.
Por ora
Assim como fiz ao estudar a Escola Norte-americana, pretendo elaborar uma apostila. No entanto, por falta de tempo e para não deixar o blog parado, vou alimentar a Escola de Frankfurt aos poucos e, ao final, disponibilizarei uma apostila de estudo.
Nos próximos posts irei identificar mais algumas características desta escola. Faremos uma breve situação histórica e entraremos no assunto Indústria Cultural.
Referências:
Mauro Wolf. Teorias da Comunicação
Teorias da Comunicação: Conceitos, Escolas e Tendências. Ed. Vozes. Antônio Hohlfeldt. Luiz C. Martino e Vera Veiga França (organizadores).
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