Mostrando postagens com marcador Rede Globo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rede Globo. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Como Castelo Branco promoveu militarismo com seu marketing político

Vamos falar mais um pouco sobre marketing político. No último post sobre o tema, abordamos o genial Jânio Quadros. O político de hoje será o cearense Castelo Branco, pois utilizou alguns recursos de marketing político bem interessantes, como o apoio da Rede Globo para instalar o regime militar.

Castelo Branco foi fundamental no golpe de 64 que depôs João Goulart e promovendo Mazzili para presidente, dando início ao governo militar no país. Na campanha eleitoral de 1964, o militar precisou se concentrar em ganhar aliados políticos, uma vez que as eleições foram indiretas. Ele foi o primeiro presidente do golpe militar.

Para ser eleito, obteve 361 votos, mais de 98% do total. Os outros dois candidatos receberam apenas cinco votos, somados. Abstenções e não comparecimentos somaram 109 "não votos".

Governo Militar
Por motivos óbvios, Castelo Branco enaltecia o governo militar. Em seus discursos e reuniões, a organização e a seriedade militar eram sempre vistos com bons olhos e como uma forma eficiente de se liderar, portanto era um modelo a ser seguido pelo governo federal.

Se, por um lado, não precisou fazer campanha para a população, por outro, precisava passar uma imagem forte e positiva do novo método de governo.

Amigo da mídia
Percebendo a força da mídia para criar uma boa imagem do governo, Castelo Branco se preocupou em cativar pessoas ligadas às mídias para ficar em evidência. Conquistando aliados jornalistas e empresários, sempre conseguia entrevistas e matérias de destaque.

A prática de se tornar 'amigo' de repórteres ainda é comum nos dias de hoje - e provavelmente sempre será. Políticos que não tenham boas relações com a imprensa estão fadado ao fracasso. No entanto, jornalistas dispostos a manter estreita esta relação estão a um passo do desastre.

Outra 'sacada' do ex-presidente foi conquistar o apoio do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais.

As pesquisas eleitorais são, sabidamente, um importante fator na campanha eleitoral. Amplamente estudada pela Teoria da Espiral do Silêncio, as pesquisas eleitorais podem ter uma forte influência na decisão do voto, como desmembrado pela teoria do Knowledge Gap.

Globo apoia ditadura
Como se sabe, a rede Globo apoiava a saída de João Goulart e a implantação do sistema de regime militar. O vínculo de amizade entre as organizações Globo e os militares favoreceu o golpe militar e fez parecer que o Brasil entraria numa era de democracia.

Com a mídia a seu favor, o governo de Castelo Branco (e dos militares em geral) propagava que Jango pretendia instalar o comunismo no país e a saída era um novo governo apoiado pelos militares.

Comprando Utilizando a mídia a seu favor, Castelo Branco mostrou que a proximidade do político com os veículos de comunicação pode ser um  fator decisivo numa eleição.

sábado, 28 de abril de 2012

A Globo é o "Agenda setting" do Brasil

Para quem está querendo entender melhor como funciona a teoria do "agenda settig", já estudada na Escola americana de comunicação, basta analisar as conversas sociais. O que a mídia destaca no dia-a-dia. Vamos analisar neste post o peso da Rede Globo na nossa vida. Ainda que não gostemos ou tentemos ignorar o maior canal de televisão da América Latina.

Para entender como funciona a teoria do "agenda setting" bastar dar uma zapeada pelos canais de televisão ou uma navegada pela internet para perceber um certo padrão dos assuntos de destaque.

Casos destacados pela Globo
Em primeiro lugar não devemos ser ingênuos (para não dizer desinformados) de acharmo que a Globo se resume a um canal de televisão. São revistas, canais de tv fechada, sites... as Organizações Globo têm fortíssima influência sobre a vida do brasileiro.

Poderíamos realizar um longo estudo de cases e enumerar estatísticas e mais estatísticas, mas vamos nos ater a casos simples e notórios.

Quantos "infelizes" do seu trabalho ou faculdade você já viu conversando sobre a eliminação no BBB, sobre o caso da menina Isabella Nardoni, ou simplesmente sobre a última rodada do Brasileirão. Aliás vou deixar o esporte para um post futuro mais incisivo.

No último carnaval, por exemplo, o país todo parecia fazer uma "corrente pra frente" em favor de Ana Furtado na sua estréia como rainha da bateria. Eu até me sentia constrangido vendo-a em quase todos os programas de entrevistas da Globo, capas de revistas... Ana teria chance de ser rainha da bateria se não fosse esposa do Boninho? A mulher nem sabia sambar direito, mas essa é outra conversa.

Certamente você ouve muitas pessoas conversando sobre o final decepcionante da novela, ou sobre a raiva ou admiração por Galvão Bueno, mas não sobre a participação de Fernando Henrique Cardoso no Roda Viva, ou sobre o jogo transmitido pela Bandeirantes.

Copa do Mundo e Olimpíadas
Em breve dedicarei um post no meu Blog de Esportes, o Líder Esportes, mais detalhado sobre os pontos positivos e, principalmente, negativos da realização destes eventos no Brasil.

A Globo, patrocinadora e transmissora do evento apóia tudo o que é feito, trata os eventos como "orgulho da nação", como se o Brasil fosse um país melhor por organizar uma Copa e uma Olimpíada,

Não são noticiados casos de corrupção, desvio de dinheiro, obras superfaturadas, os prédios abandonados do Pan, as falhas do Pan 2007. Por consequência, a população desconhece este lado podre, abraça os Jogos e a Copa como se fossem mais importante que acabar com a corrupção, ou fazer justiça.

Agenda Setting
Para puxar assunto com alguém que você pouco conhece, você dificilmente começará bem se falar de sua joanete, ou de como jogou bem na pelada do último sábado. No entanto, poderá render um bom tempo de conversa se começar falando do câncer de Gianecchini, ou do clássico do domingo.

Imagine que você mal chegou na empresa e na hora do almoço duas ou três pessoas dividem a cozinha contigo. Tentando parecer simpático você toma a iniciativa de começar uma conversa. "Devo falar da minha viagem? Pode parecer esnobe. E se eu falar de como queimei o arroz ontem? Que brega." São assuntos que despertam pouco ou nenhuma motivação.

Mas se por outro lado você falar daquela matéria do Fantástico ou da nova lei sobre cigarros, é mais provável que as demais pessoas tenham o que falar, opinar, concordar ou discordar. Esses assuntos em comum fazer parte da "agenda social". Os assuntos abordados pela imprensa estão fazendo parte do "Agenda Setting".

Enfim, os assuntos abordados pela mídia acabam tomando espaço na chamada agenda social. No Brasil, infelizmente, entende-se por media, uma única instituição denominada Globo. Não vou me prender em achar bom ou ruim, mas certamente não é democrático.

Podemos questionar as razões pelas quais a Globo detém o poder que tem hoje, ou os motivos que as demais emissoras abertas não conseguem se desenvolver, mas sem dúvidas boa parte das conversas sociais passam por assuntos abordados pelos canais de comunicação dos Marinhos.



domingo, 12 de fevereiro de 2012

Entendendo um pouco o predomínio da Rede Globo

Estudando um pouco sobre a história da Comunicação no Brasil, li alguns pontos interessantes que me fez entender um pouco como a Rede Globo iniciou seu período, aparentemente interminável, de hegemonia nacional e pensei que seria bacana compartilhar neste blog.

Atualmente, a emissora recebe até três vezes mais dinheiro de propaganda que todas as outras emissoras JUNTAS e está presente em 99,84% dos municípios brasileiros.

A Globo e a ditadura militar

Quero começar pela parte mais polêmica. O jornal O Globo, em plena ditadura militar sempre foi favorável ao governo, dando brechas para as especulações de que a emissora se favoreceu da sua proximidade com os governantes para conseguir chegar ao topo. Desde então, muito se questiona os meios da emissora de obter recursos e investimentos. Aliás, iniciou-se com dinheiro estrangeiro, o que era proibido pela ditadura.


De fato, a própria Globo não esconde o apoio que dava aos militares, mas polêmicas à parte vamos levar a discussão para um lado mais histórico e menos político. Mesmo por que o material que eu consultei pouco fala desta parte.

Pré-Globo
O início da televisão brasileira foi praticamente uma adaptação dos programas de rádio para a televisão, predominando os programas musicais, bem como festivais. Nesta época a Tv Record era a grande sensação da televisão brasileira.

Em 1965, a Rede Globo foi fundada no Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, expandiu-se para São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife e em 1969 levou ao ar a primeira edição do Jornal Nacional, dando início a uma virada de mesa na preferência nacional.

Programas recordistas
A emissora investia numa programação mais tradicional e mais voltada para o popular, enfatizando o modelo de "teleteatro". Assim, lançou "O Céu é o limite", que chegou a atingir 92% de audiência. O primeiro estrondo da emissora.

A partir daí, a emissora passou a exibir inúmeros programas imbatíveis: Programa Silvio Santos, Dercy de verdade, O homem do sapato branco...

Pioneirismo
A grande marca da Rede Globo é o pioneirismo, desde a estréia do Jornal Nacional em rede nacional, a emissora sempre esteve à frente de suas concorrente, lhe garantindo desde os anos 60 o primeiro lugar na audiência.

Naquela época a emissora investiu em coberturas internacionais e transmitiu a Copa do Mundo de 66 e o lançamento da Apolo 11 em 1969, por exemplo. Além de realizar também a primeira transmissão em cores.

Outro fator positivo foi o investimento em coberturas esportivas, em especial os jogos de futebol. Em tempos de ditadura e censura, as transmissões de futebol eram liberadas; e investindo nisso, a emissora também sempre esteve na dianteira das concorrentes.

Hoje a emissora detém 64% da audiência nacional - em horário nobre este índice sobe para 74% - e detém 75% das receitas em propaganda.

Referências
Mídia e Produção Audiovisual: uma introdução.
Autores: Alves, Marcia Nogueira; Fontoura, Mara; Antoniutti, Cleide Luciane
Ed.Ibpex. Coritiba. 2008

História da Televisão no Brasil 
Organizadores: Ribeiro, Ana Paula Goulart; Sacramento, Igor; Roxo, Marco
Ed. Contexto. São Paulo. 2010

Você também vai gostar de ler

Posts indicados