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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Jornalista corre atrás da notícia, não da fama

Hoje quero voltar a falar sobre Ética. No meu último post sobre o assunto, abordei o papel social do jornal de do jornalista. Agora vou comentar que o jornalista não faz parte do noticiário.

Recentemente, terminei meu #TCC de jornalismo político, onde eu abordei o assunto e vou aproveitar o que escrevi para este post.

O que o jornalista faz para conseguir informações, ou conseguir entrevistas não faz parte do noticiário. Informações sobre as dificuldades, contratempos ou as emoções do jornalista não são parte da notícia (salvo raras exceções).

No trabalho de Para Pedro Jorge Sousa - Elementos do jornalismo impresso - (p.14), o autor escreve: “os jornalistas não se devem aproveitar da sua função para ascenderem ao estrelato”, pois as notícias, as informações, são mais importantes que o jornalista.

A jornalista portuguesa Anabela Gradim, ao escrever "Manual de jornalismo" chega a dizer (p. 32) "É ridículo o homem que vai cobrir o grande incêndio na Serra da Estrela, do qual já resultaram vários mortos e dezenas de habitações destruídas, abrir a reportagem de forma descabidamente emotiva, e contando como quase se viu cercado pelo fogo mas felizmente escapou ileso. Pese embora o exagero do exemplo, o jornalista tem de perceber que o critério de proximidade se aplica à proximidade do acontecimento com os seus leitores, e não com ele próprio".

O jornalista profissional deve ter o propósito de manter-se longe do que relata, evitando que seu ponto de vista interfira no que escreve. Ainda pressupondo que os gostos e as preferências da pessoa que escreve a matéria não devam interferir na notícia podemos entender que este distanciamento faz parte dos requisitos básicos para um jornalista preocupado minimamente com seus valores éticos e sua conduta moral.

Uma das citações de meu TCC foi retirada do livro "Manual de Radiojornalismo" de Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima (p24) que argumentam que “o jornalista é um espectador da cena na qual se produzem os acontecimentos (...). A vedete é a notícia não o jornalista”.

Também achei interessante citar Franklin Martins (p.37), em sua obra "Jornalismo Político", o autor comenta que a função do jornalista é correr atrás da notícia e não da fama, ou do sucesso pessoal. Franklin recomenda que o jornalista tome cuidado para não se confundir com a notícia tampouco se prevalecer dela.

A função social do jornal e do jornalista deve prevalecer sobre questões pessoais como a de o jornalista querer se destacar sobre a notícia. Igualmente, não é função de o jornalista manipular o entendimento da informação, por isso, a relação jornalista-veículo também deve ser ponderada, mas isso já é assunto para um próximo post.

Para aprofundamento do assunto, recomendo a leitura das obras citadas no post.

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