terça-feira, 16 de julho de 2013

Jânio Quadros o "mago" do marketing político

Provavelmente, antes mesmo do termo 'marketing político' existir, ou pelo menos ser conhecido no Brasil, Jânio Quadros já utiliza estratégias que ainda hoje são a base do marketing político no país.

A cientista política Vera Chaia o classifica como um “mago" do marketing político. Já o ex-ministro e embaixador Rubens Ricupero diz que o jeito de se fazer política hoje em dia começou com Jânio.

A imagem de popular, sem aquela 'pompa' de político ou de intocável, tornou-o um candidato próximo à população. O que hoje, podemos chamar de populismo ou, ainda mais crítico, lulismo, já era praticado por Quadros nos idos anos 60.

Não é para menos que é considerado o precursor do marketing político. Para quem deseja aprofundar seus conhecimentos na área, o livro de Nelson Valente sobre o ex-presidente é indispensável.

Imagem pessoal
Não pense você que essa coisa de 'trabalhador das classes', homem de origem humilde e imagem de 'povão' é coisa nova do PT. A estratégia, que ainda vale muito em uma eleição não apenas no Brasil mais em toda América Latina, começou a ser desenhada por Jânio.

Ora com sapatos trocados, ora (quase sempre) com sua vassoura, com a qual varreria a corrupção do país, ora comendo um sanduíche de mortadela tirado do bolso. Assim era Jânio Quadros nos palanques de campanha. A imagem de um homem simples era pela primeira vez representada com tanta clareza e maestria em um político.

Criou mais que uma imagem pessoal. Uma identidade nacional. Numa época que o rádio ainda era o grande veículo das massas – a televisão começava a ganhar mercado – suas palavras simples e discursos cheios de conotações patriotas, inflamavam os eleitores de paixão e esperança.

Ao mesmo tempo que passava uma imagem de simples, procurava ser visto como uma pessoa culta. Assim, o povo poderia enxergar nele alguém culto, mas humilde. Por isso, mostrava seus projetos, propostas e opiniões de uma forma aprofundada, mas utilizando palavras simples, de fácil entendimento.

Essa característica, ainda hoje, pode ser decisivo em uma campanha. Posso citar o exemplo mais claro: o PT e o PSDB. Os candidatos tucanos sempre apresentam índice de rejeição por parecerem 'ricos' ou 'esnobes. Já os candidatos do PT são os que possuem maior carisma junto à população. Não fosse o apoio do 'humilde e batalhador' Lula, teria Dilma vencido as eleições?

Usava as bandeiras de São Paulo e do Brasil sempre que julgava importante. Ainda hoje, candidatos fazem questão de ressaltar sua origem paulista, interiorana ou nordestina como sendo um sinal de humildade, força ou capacidade.

Material
Além de utilizar os tradicionais espaços nos jornais, revistas e rádio, fez uso em grande escala de materiais promocionais como santinhos, selos, broches, cartazes, panfletos, ofícios, cartilhas eleitorais, flâmula, bilhetes de rifas e cédula. Desenvolveu interessantes slogans, como:

VASSOURA NELES
LIBERDADE ORDEM
MORALIDADE ECONOMIA
– NÃO DESESPERE –
JÂNIO VEM AÍ
JÂNIO VEM AÍ...
NÃO DESESPERE!
JÂNIO VEM AÍ...
O AMOR PELA PÁTRIA
ME FARÁ VENCER

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