sexta-feira, 29 de junho de 2012

Audiência pública irá debater má qualidade da Tv Paga

Se você é assinante de qualquer serviço de tv paga provavelmente você já passou par algum momento de ira. Demora no atendimento, ligações demoradas (quando atendido), demora da visita técnica, quedas de sinais... As empresas não oferecem o que qualquer primeiro anista de Publicidade & Propaganda conhece, o pós-venda.

Assim como o serviço de Banda larga e telefonia, a Tv por assinatura é um setor que apresenta muitos problemas. Aparentemente o Brasil não tem capacidade para lidar com o crescimento econômico pregado com tanto entusiasmo aos quatro ventos por políticos e outros seguidores da corrente "Brasil é do Primeiro Mundo".

O Congresso Nacional estuda a realização de uma audiência pública para debater este péssimo atendimento. Acho que os "colarinhos brancos" estão insatisfeitos com o que assistem em suas milhares de horas vagas. Convenhamos, eles estão certo.

Para ser sincero, como assinante da Itapema Tv a Cabo - acreditem ou não - não tenho muito do que reclamar. Mas ressalto que trata-se de uma empresa municipal, que consegue localizar bem seus clientes. E agilizar o atendimento, o que é mais difícil para as empresas que atendem centenas de milhares e até milhões de clientes.

Já fui assinantes de outros serviços, assim como alguns familiares e amigos, e sei que é raro alguém assinar um serviço por, no mínimo, seis meses sem ter aborrecimento.

Estima-se que mais de 14 milhões de domicílios já possuem tv por assinatura. As empresas não conseguem acompanhar o rápido crescimento do mercado e o resultado é frustrante para os assinantes.



Marcas sem reconhecimentos
No chamado valor percebido, as empresas de tv paga, assim como de banda larga, são muito mal vistas pelos clientes. Em estudo recente, entre trinta e cinco setores do mercado, as empresas de tv por assinatura e banda larga foram as menos conceituadas pelos clientes.

Para os comunicólogos fica a lição de como um serviço em crescimento não representa, necessariamente, valor percebido pelo cliente. Para mim essas informações representam uma ótima oportunidade, pois trata-se de um mercado em expansão com baixa qualidade oferecida. Aquele que começar a prestar um pouco mais de qualidade no serviço, abocanhará uma bela fatia no mercado.

Acredito que as empresas pensam somente na venda, ou nem isso, só na pré-venda mesmo, se esquecendo do "básico do b´sico do básico" no marketing moderno, o pós-venda.



segunda-feira, 25 de junho de 2012

Espiral do silêncio - Parte 01


Uma das hipóteses científicas sobre Comunicação de maior sucesso é a chamada “espiral do silêncio” desenvolvida em 1972 pela alemã Elisabeth Noelle-Neumann. Trata-se de um conceito amplamente aceito e estudado nos centros acadêmicos; não só na área de Comunicação, mas pela psicologia, antropologia e diversos outros campos.

Segundo os estudos da alemã, em certas ocasiões as pessoas se sentem acuadas, com medo de manifestar sua opinião, especialmente quando a opinião parece ser contrária ao que a maioria pensa; ou contrária ao que a pessoa acha que a maioria pensa. O medo do isolamento social nos leva a seguir o que a maioria faz, fala ou pensa. Por isso, em determinadas ocasiões o sujeito manifesta uma opinião que na verdade não está realmente formada e até contrária ao que ele mesmo de fato acredita.

Elisabeth tomou como ponto de partida os conceitos de percepção seletiva e acumulação – que estavam sendo colocados em evidência pelos estudiosos da hipótese do Agenda Setting.

Pesquisando pesquisas
Os mais pedantes perdoem-me pela expressão, mas os estudos se iniciaram quando a alemã analisava algumas pesquisas do Instituto Allensbach sobre a visão dos alemães sobre as qualidades do próprio povo alemão.

Ela percebera algumas oscilações nas respostas bem curiosas. Em vinte anos – 1952-1972- a visão negativa sobre os alemães (como explicado acima, por eles mesmos) subira de 4%  para 20%. Em apenas quatro anos a percentagem caíra para 14% e, o mais incrível, em alguns meses subira para 22%.

Foi quando Elisabeth resolveu estudar os programas televisivos veiculados neste período. Foi o ponta pé inicial de sua nova teoria. Confirmando que as mídias de fato influenciavam sobre “o quê pensar”, como levantado nos estudos sobre o Agenda Setting.

Ficou comprovado que a influência da mídia sobre o pensamento da massa não era tão tênue. Talvez não fosse tão forte como propunha a teoria da Agulha Hipodérmica, mas a médio e longo prazo, realmente era perceptível.

Inúmeros estudos foram realizadas pela alemã para desenvolver sua ideia.

Pressupostos
Segundo a própria pesquisadora, o mais interessante em sua nova teoria é a capacidade das pessoas constatarem o que ela batizara de “clima de opinião”. Ou seja, ao perceberem o que a maioria pensa – ou aparentemente a maioria pensa – a primeira reação é se calar para depois se adaptar e até mudar de opinião, para seguir a maioria.

A obra Teorias da Comunicação. Conceitos, escolas e tendências destaca como os principais pressupostos desta teoria:
1. A sociedade ameaça os indivíduos desviados com o isolamento
2. Os indivíduos estão sempre com medo de ficarem isolados
3. É este medo que leva os indivíduos a tentarem, constantemente, avaliarem o “clima de opinião”.
4. O que os indivíduos perceberem neste “clima de opinião”  irá influenciar seu comportamento, principalmente na expressão pública, fazendo-os se calarem ou até expressarem opiniões contrárias às suas próprias convicções.

Próximos posts
Acredito que serão necessários mais uns dois posts sobre o assunto para termos uma noção mais clara sobre esta inteligente teoria. Acredito que até o início de julho outros dois textos serão publicados.

sábado, 23 de junho de 2012

Por que meu sanduíche não é igual ao da foto?


Certamente você já deve ter ouvido muitos boatos sobre os mais variados produtos do mercado, em especial os mais populares #Coca-Cola #McDonalds  #Nike e por aí vai. Nem sempre, para não dizer quase sempre, estes boatos de fato não passam de falácias.

Você já deve ter ouvido falar que hambúrguer do Mc Donalds é feito de minhoca, ou que os produtos da Nike são feitos por funcionários que trabalham em condições escravas na África ou na Ásia.

A queixa mais comum das empresas que trabalham com alimentação, em especial fast food. Pensando em uma campanha que pudesse aproximar o público de seus produtos, o Mc Donalds resolveu ser transparente em sua nova linha comunicacional e lançou no You Tube um vídeo bem interessante.

Com a  responsabilidade social ganhando espaço nas empresas e o marketing "verde" ganhando força nas campanhas publicitárias vem se tornando mais comum campanhas que tentam mostrar ao público certa transparência.

O mais recente case vem do Canadá. Com mais de quatro milhões de acesso - até a data de publicação deste post - o vídeo que mostra como são feitas as fotografias dos produtos do Mc Donalds aproxima o público de seus produtos e tenta responder "por que meu sanduíche não é igual ao da foto?"

A iniciativa é interessante e pode se tornar uma nova linha de comunicação da empresa. Seria legal ver novas propagandas do tipo sendo veiculado na rede. Aguardamos novidades.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Será o Duolingo a nova sensação da internet?

Dificilmente você já ouviu falar neste site - Duolingo - mas possivelmente esta será a nova sensação da internet nos próximos meses, anos.

Desenvolvido pelo mesmo criador dos irritantes reCAPTCHAS - aquelas letras tortas, que a maioria dos sites forçam-nos a digitar para deixar, comentários, por exemplo, evitando spams e outros visitantes não humanos digamos assim - o novo site pretende que os internautas ao redor do mundo se empenhem para traduzir todo o conteúdo da net para diversos idiomas, que deve levar anos, se é que podemos prever um fim disso.

Utilizando princípios similares ao utilizados em tutoriais de idiomas, o projeto é tentar facilitar o acesso à internet quebrando barreiras linguísticas.


Por enquanto, o site disponibiliza o aprendizado de inglês para quem fala espanhol; e também oferece o aprendizado de francês, alemão e espanhol aos que falam inglês. Pretende-se no futuro, incluir italiano, português e chinês.

Segundo o fundador, Luis von Ahn, com 100 mil usuários, por exemplo, seria possível traduzir toda a Wikipédia do inglês para o espanhol em cinco semanas.

Aprenderemos inglês fluente?
Assim como o Google Tradutor e outras ferramentas digitais de aprendizado de idiomas, o Duolingo também possui algumas falhas. E mesmo nos níveis básicos já é possível detectar alguns pontos, no mínimo, questionáveis.

Para o professor de inglês Mickael Pontecorteau, a ferramenta não funcionará como um "professor extremo" e dificilmente será utilizado para se aprender inglês com eficiência sem um auxílio humano.

Já o criador do Duolingo, que é guatemalteca, o programa é extremamente eficiente e só tende a ser aperfeiçoado com o tempo, conforme os próprios usuários cooperem. Conforme a ferramenta ganhe novos adeptos, mais rapidamente as páginas serão traduzidas.

O que espero após um teste
Já me cadastrei (selecionei que falo espanhol e quero aprender inglês) e fiz algumas lições. Até que o site é bacana. O legal é poder gravar a voz para poder testar se estamos falando corretamente.

Não quero questionar se as lições são fáceis ou difíceis, mas certamente, pelo pouco que testei até agora, são bem feitas. Só não sei o potencial concreto para aprender corretamente um novo idioma, que é o esperado. Gostaria de testar um idioma que não sei "nadica de nada", mas teria que ter a opção de que minha língua materna é o português, o que não é possível até agora.

Sigo a corrente dos que acreditam que o portal será apenas mais uma ferramenta de "distração no trabalho" ou atividade social; sem que ganha o status de ferramenta profissional.

No entanto, os jovens que desenvolveram a ideia certamente são muito mais espertos que eu e apostam na queda das fronteiras linguísticas para alavancar a ferramenta, que ainda podem aperfeiçoar muito bem para se tornar no novo "bum" econômico da net, nos fazendo pensar "por que eu não pensei nisso antes?"

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Uma foto por dia, nada mais

Os avanços tecnológicos e comunicacionais indiscutivelmente facilitam nossa vida e tornam tudo mais prático. Poderia escrever um post, para não dizer um livro, sobre os benefícios do avanço das mídias digitais, comunicação em rede...

Talvez por estarmos vivendo nos primórdios de uma nova era digital, ainda estamos aprendendo a lidar com a transição para uma comunicação global. Estamos saindo de um modelo um-todos para todos-todos.

Precisamos aprender a viver nesta nova Comunicação em Rede. Assim como a internet trouxe uma super-produção de informações, as redes sociais também produzem uma super-produção informacional.

"Hummmm!!! Que delícia de bolo"
As redes sociais tiraram as pessoas de uma vida isolada para uma vida cybersocial. Podemos dizer que a rede mundial de computadores tem o poder tornar a vida privada em pública, em poucos segundos - ou poucos cliques, como queiram.

Se antes, fazíamos um bolo no domingo e ninguém ficava sabendo, no máximo um par de amigos do trabalho no dia seguinte, hoje só de ter a ideia já postamos no Twitter, Facebook, publicamos fotos com o Instagram ou o que for: "vou fazer um bolinho". E nossos amigos já comentam, curtem e compartilham o que fazemos em privado.

Uma foto e só
O assunto é vasto e poderíamos realizar um belo aprofundamento, mas o que pensei para este post é imaginar como será a net mais madura, com "auto-moderação", uma seleção inteligente do que postamos na net.

Imagine uma regra de postar, ou enviar uma foto por dia. Uma postagem por dia e nada mais que isso. Pensaríamos melhor o que postaríamos. Certamente fotos de cachorrinhos, gatinhos, correntes, etc, seriam menos frequentes. Nossos perfis ficariam mais limpo, mais fácil e mais objetivo.

Já reparou como tem gente que faz "a mesma foto" dez vezes e publica todas as dez. Se tiram foto de um riacho, por exemplo, publicam sete fotos que não dizem nada. Qualquer fotógrafo, amador ou profissional, vai tirar cinco ou seis fotos de assunto para pegar o melhor ângulo, mas não é necessário publicar todas. É isso o que acontece hoje.

As próximas gerações serão melhor orientadas
Certamente, estudantes são o que mais postam estes tipos de "lixo virtual". Os motivos são óbvios: imaturidade, tempo livre... eles são os menos culpados, aliás não acho que há culpados.

Isso ocorre porque seus pais, hoje, pouco sabem orientar sobre o assunto, pois quando eram jovens não tiveram essa vivência digital e por mais que tentam impor limites, os argumentos são falhos e frágeis.

Acredito que a próxima geração já será melhor orientada porque seus pais saberão os riscos e as futilidades das postagens na web. Talvez até sites sociais imponham limites.

Bendito o dia que isso mudar
Não vejo um futuro sem correntes ou fotos de gatinhos, por exemplo, nas redes sociais, mas acredito que com o amadurecimento da própria internet, essas bobagens devem se tornar menos populares no futuro.

Os usuários da internet amadurecerão e selecionarão melhor o que postar. Isso deixará a net ainda mais atraente. A objetividade será mais frequente no "cyberfuturo". Espero!

sábado, 2 de junho de 2012

Communication research e Agenda Setting

Antes de iniciar nosso estudo sobre o Agenda Setting, vamos dar uma pincelada na conhecida Communication Research.

Os estudos sobre comunicação até meados dos anos 60 e início dos anos 70 procurava entender os processos comunicacionais com teorias que buscavam se superar, em conceitos fechados. Uma negava a outra. Elas eram excludentes. Mas no começo dos anos 70 alguns estudiosos dos Estados Unidos passaram a entender os processos comunicacionais como algo mais complexo e que para ser compreendida, era necessária uma visão mais abrangente.

Os estudiosos Maxwell McCombs e Donald Shaw diziam que a mídia tem a capacidade de influenciar a projeção dos acontecimentos na opinião pública, estabelecendo um ambiente montado, fabricado, pelos meios de comunicação.

Agora não se discute que os media querem persuadir, mas apresentam à sociedade os assuntos sobre os quais devemos discutir, opinar, comentar...

Agenda Social
Para entender um pouco melhor este conceito, só relembro que agora estamos falando de hipóteses e não de teorias - pois estas, escrevi acima, se excluem. Enquanto hipóteses podem ser sempre melhoradas - o que já é uma grande renovação nos estudos sobre Comunicação Social.

A ideia aqui é entender como funciona a "agenda social". Em recente post, cheguei a dizer que a Globo é o Agenda Setting do Brasil justamente por este poder que a empresa tem de gerar assunto, temas, os quais podemos iniciar conversas com qualquer pessoa, mesmo as desconhecidas.

O livro Teorias da Comunicação em Jornalismo traz uma boa explicação sobre o assunto. Na antiga Grécia, logicamente em Atenas, os cidadãos se reuniam para debater assuntos referentes sobre a Pólis (cidade), daí o nome de políticos.

Os temas eram variados, mas tinham em comum a referência com a cidade e seus habitantes, e o interessante é que os temas mais comuns eram sobre as vidas dos mais ilustres cidadãos, sobre os atletas atenienses, ou sobre as próximas festas, por exemplo. Muito semelhante ao que ainda toma boa parte de nossas conversas hoje.

Pressupostos
Podemos então, entender que a hipótese do Agenda Setting refere-se à nossa agenda social, à fixação de assuntos os quais qualquer um pode iniciar uma conversa com qualquer outro.

O pressuposto principal é que a compreensão que temos da realidade, nos é imputada pela mídia.
  • Fluxo contínuo: a comunicação não é um processo fechado. Estamos sujeitos a um fluxo de informações gigantesco desde acordarmos até o deitar e seria impossível guardarmos tudo, selecionamos, mesmo que inconscientemente, somente os principais fatos e assim podemos desprezar informações que julgamos sem importância.
  • Influência a médio e longo prazo: mais uma vez contrariando as antigas teorias, agora os estudiosos passam a entender que a comunicação não traz efeitos imediatos ao cidadão.
  • O que pensar: percebeu-se que a mídia não necessariamente influencia diretamente sobre como pensar, mas, puramente pode controlar sobre o que pensar.
A hipótese do agenda-setting seria uma central de temas e de conhecimentos parciais, que podem ser organizados e integrados numa teoria geral sobre a mediação simbólica e sobre os efeitos de realidade exercidos pela mídia.

O meio e a mensagem
Para os estudiosos desta teoria, dois fatores são fundamentais para definir o grau de importância que determinado assunto, ou tema, ganha na vida daquela sociedade.

Estabeleceu-se basicamente, dois fatores determinantes: o meio e o conteúdo. De acordo com estudos e pesquisas, o meio escrito, por exemplo, tem mais influência que o televisivo. O conteúdo divulgado também determina o grau de importância na "agenda social" das pessoas.

Mais do que poderíamos imaginar a priori, os estudos sobre o Agenda Setting são bem variados e se aprofundam em diversas áreas, por isso recomendo uma leitura mais detalhada e atenciosa sobre o assunto, diga-se de passagem, bem presente nos concursos públicos.

Referência:
Autor: Barros Filho, Clovis de; Tavares Paes Lopes, Felipe; Peres Neto, Luiz
Editora: Saraiva

Organizadores: Antonio Hohlfeldt, Luiz C. Martino e Vera Veiga França
Editora: Vozes

Autor: Mauro Wolf
Editora: Presença

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