Ao iniciar uma faculdade (curso, em Portugal) de jornalismo muitos estudantes não tê
m a visão exata do real papel do jornal e dos profissionais que o constrói. Hoje, a maioria que procura esta faculdade é formada por moças que querem ser repórter de tv. Uma outra parte, de meninos que querem ser jornalista esportivo.
Isso mostra, na minha opinião, como os jovens não são bem informados sobre as possibilidades e responsabilidades desta profissão. Na verdade, muitos iniciam a faculdade justamente caminhando contra a ética da profissão. Buscam fama e reconhecimento ao invés de informar e realizar seu papel social.
Lembro-me que ao cursar a faculdade de jornalismo, minha 'ficha só caiu' no último ano. Seria como o 'médico filho de médico que faz medicina' porque sabe que não lhe faltará emprego e ainda ganhará um bom salário (sei que no setor público o salário do médico é 'vergonhoso', mas ainda assim é acima da média das demais profissões). Seria confortável cursar medicina para ter estabilidade financeira e não se importar com o real sentido da profissão.
Já fiz um texto falando superficialmente do papel social do jornal e do jornalista, hoje quero escrever um texto mais voltado aos que estão iniciando o curso, ou pretendem cursá-lo.
Noções Básicas
Imagine-se (se você ou pretende ser jornalista) como um defensor dos direitos humanos. É seu dever dar voz aos que não a têm. Defender a universalidade dos direitos humanos. Entrar na profissão para se tornar mais um 'rostinho bonito na tv' ou pra ficar analisando e falando do Neymar, Barcelona ou Brasileirão é uma afronta à própria profissão. A democracia deve ser buscada por prioridade.
'Puxa, então você acha que os jornalistas esportivos são inúteis, e o jornalismo de moda, ou entretenimento são puro lixo?'. Claro que não. Mas os conceitos básicos da profissão são os mesmos. É preciso denunciar os absurdos em favor da Copa e Olimpíadas no Brasil, ou em épocas de ditadura, por exemplo. É mais importante denunciar as famílias 'arrancadas' de suas moradias que se empolgar com a conquista da Copa das Confederações.
Não acredito que nasçam bons jornalistas sem 'pisar na lama'. É preciso entrar nas favelas, entrevistar pessoas 'socialmente excluídas'. Desde a faculdade o gosto pela busca da real democracia deve ser exercitada.
Infelizmente, no exercício da profissão dificilmente teremos a oportunidade de manter 'essa pegada', mas é preciso desenvolvê-la para não nos tornarmos simples conformados. 'O jornal onde trabalho tem anúncio da prefeitura', 'não tenho autonomia para pautar matérias', 'trabalho no Diário Oficial, como vou dar voz aos injustiçados?'. 'Sou apenas um assessor'. Se você se conformar com suas delimitações, seria melhor que não exercesse a profissão.
Desde o início, seja qual for a posição editorial (política) do veículo que trabalha, ou editoria, sempre imagine como deixar seu material mais democrático.
Falar de ética seria muito amplo. Uma boa leitura sobre o assunto seria o livro 'Jornalismo Público', de Danilo Ruthberg. Eu tenho este livro e recomendo. Quero escrever um pouco sobre noções básicas para exercer a função jornalística.
Duro ou mole?
No último post falei sobre algumas pistas que você pode ter para saber se realmente esta é a profissão para você. Agora, imagino uma situação na qual você possa aprofundar um pouco os conhecimentos sobre o texto jornalístico.
Há muita coisa para aprender. Vou começar com o informação 'dura ou mole'. Um dos conceitos básicos do jornalismo. É realmente fácil de entender.
Quanto mais próximo de um boato, mas 'mole' é a informação. Por outro lado, quanto mais concreta e embasada uma informação, mais 'dura'. Por isso, evite dados, informações e números que você não consegue identificar a origem (fonte).
Dizer que 'a população aprovou a reforma' é totalmente mole se você não tiver a declaração de um, dois, ou até mais, morador confirmando isso. Escrever que os políticos estão em descrédito é inviável se não houver uma pesquisa com um número de entrevistados considerável.
Uma boa forma de aprender essa diferença de 'duro e mole' é a seguinte: imagine que você pode ser processado por cada informação incorreta. Com certeza você vai pensar 234 mil vezes antes de escrever que 'o juíz Fulano de Tal é homossexual'. Mesmo com dados menos comprometedores, como 'azul é a cor preferida dos meninos', imagine que se você não tiver um respaldo, vai ganhar um 'belo' processo.
Assim, toda vez que você apresentar uma informação, vai buscar a origem dela. Por isso, quando há pesquisas, por exemplo, se divulga 'Fonte: Ibge', ou escrevemos 'segundo Fulano de Tal', 'Cicrano acha que a presidente errou ao tomar tal decisão'.
Notícias, excluindo pequenas notas, são sempre baseadas em estatísticas e entrevistas. Escrever que fulano está triste ou alegre sem que ela diga, por exemplo, deve ser evitado. Por isso, ouvimos e lemos muito a expressão 'visivelmente abalada', ou transtornado, ou 'mostrou irritação'.
Com a prática o conceito de 'duro e mole' é melhor assimilado, mas acho que deu para entender o que significa.
Se você já foi dar depoimento na delegacia como testemunha, sabe que se você falar 'eu acho que motoqueiro estava errado', vai tomar 'um fora' do delegado. Ele provavelmente dirá 'não quero saber o que você acha, quero saber o que você viu'. É mais ou menos isso que o jornalista faz. Não interessa o que você acha, e sim o que é concreto, real.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
domingo, 28 de julho de 2013
Ser ou não ser (jornalista)? Eis a questão
Para quem deseja iniciar a carreira de jornalista este texto visa esclarecer algumas dúvidas sobre a profissão e apontar alguns conceitos básicos. Mercado de trabalho, salários, áreas e ramos são alguns elementos abordados neste post.
Por que devo ser jornalista?
Muitos jovens, não que eu seja velho, assistem filmes, novelas, seriados ou documentários e acham que ser jornalista é quase ser detetive. Outros tantos se fantasiam trabalhando na Espn, Globo ou CNN. São ideias descartáveis. Não que você não possa ter esta ambição, mas, como toda profissão, não é a realidade da maioria, principalmente se você não se formar na USP ou outras 'mega' universidades, as quais lhe ofereçam a possibilidade de cruzar com grandes nomes pelos corredores.
Só para você saber, trabalhar em uma filial da Globo nem é tão impossível, mas se você chegar lá vai perceber que o salário não é tão fenomenal assim e nem as condições de trabalho. Por isso, não se iluda achando que ao trabalhar em uma filial da Globo, Band ou Record vai poder 'amarrar o burro na sombra'.
Você também logo vai perceber que a média salarial é relativamente baixa. Mas se você fizer 'tudo direitinho' depois de , mais ou menos, uma década na área você terá boa chances de ter dois empregos, trabalhar em assessoria ou pegar uma 'graninha' extra com trabalhos freelance. É claro que não dispensamos as possibilidades de você ser promovido. Minha dica: desde a faculdade acumule conhecimentos para tentar passar em concurso público, onde a média salarial é de R$ 3500,00. Ah, e não esqueça de fazer uma pós.
Tem muito jornalista que vive de aparência
Tem muita gente que associa a profissão de jornalista com glamour, pois conhece algum profissional que vive em festas, reuniões sociais, próximo às autoridades. O pior é que tem muito jornalista que se ilude com isso mesmo.
Ao exercer a profissão você vai participar de zilhões de festas sociais da elite, as chamadas 'festas fechadas', vai ganhar mais zilhões de convites e entradas vip e vai ter mais proximidade das autoridades. Conviver com a elite não significa fazer parte dela. Cabe a cada um julgar se essas coisas devem ser apreciadas ou não.
Pode ter certeza que muito jornalista que 'paga um sapo' não ganha tanto quanto você imagina, por isso, não escolha essa profissão achando que os blazers e ternos alinhados são sinônimos de salários altos. A não ser que você avalie que ganhar pouco mas estar entre os importantes é melhor que ganhar muito e não ter tanto reconhecimento, como engenheiros ou analistas de sistema.
'Quero ser comentarista de futebol'
Você também precisa saber que dificilmente escapará da política, assistência social ou outros assuntos não tão atraentes, pelo menos para a maioria que ingressa na faculdade almejando trabalhar com esporte, moda ou tecnologia. Mesmo assim não desanime, pois assuntos como política e economia não são nenhum bicho de sete cabeças e fazendo o 'feijão com arroz' não há muito o que temer.
Recomendo que 'saia da caixa' e pense na profissão como um 'geral', esteja preparado para atuar em qualquer segmento. Não entre na paranoia de querer ser só 'jornalista esportivo' ou 'de comportamento'.
Outra coisa: esquece essa história de 'investigador'. Jornalista consegue as informações por que tem fontes interessadas em prejudicar ou beneficiar alguém. Por exemplo: o caso do mensalão estourou porque políticos de oposição e ex-integrantes resolveram chamar a imprensa para repassar informações e documentos. Não foi nenhum 'salvador da pátria' que ficou dias sem dormir, revirando lata de lixo e investigando a vida pessoal dos suspeitos. A mesma coisa para o recente caso dos jatos da FAB. Diga-se de passagem, grandes 'escândalos' (principalmente políticos), normalmente, também envolvem dinheiro. Prefiro não me aprofundar nesta questão.
Considere trabalhar para empresas, pois com a profissionalização e evolução da comunicação empresarial, as grandes empresas recrutam jornalistas para sua assessoria de imprensa com muito mais frequência que em anos passados. Além disso, a evolução das tecnologias exige que as empresas tenham um profissional de Comunicação para lidar com as redes sociais e novas mídias.
Onde trabalham?
O campo para jornalista é bem amplo, mas não nos enganemos, rádios da cidade, canais por assinatura da sua região, jornais de bairro, portais, etc vão lhe oferecer baixos salários. Para quem está começando, aceite, pois, no pior das hipóteses, você acumula experiência e melhora o currículo.
O 'filé', em termos salariais, além, claro, dos grandes veículos, é pegar uma assessoria de imprensa, seja em empresas ou no ramo político. No entanto, as 'dispensas' ocorrem com mais frequência e facilidade. sem contar que você será obrigado a 'pagar um pau' pro seu empregador 24 horas por dia. Aí, você tem que ir em reunião às 23h, festa de aniversário no domingo à tarde e inaugurações no dia do aniversário de sua esposa. Existe boas chances de você ter que 'vender sua alma'.
Como saber se serei um bom jornalista?
Também estou atrás de uma resposta para essa questão, mas conversando com amigos e professores posso dar algumas sugestões (as quais também vou seguir :)). Fuçando na net, você vai achar dicas de 'ler muito', 'escrever bastante' e 'se informar sempre'. Na verdade, são dicas para todas as pessoas, independente da profissão, mas é claro que, como jornalista, você vai dar mais atenção às palavras utilizadas, à construção do parágrafo ou apresentação das informações.
Acho que, como em toda profissão, o importante é ter disposição para sempre aprender e se reciclar. Não ficar com pensamentos e dogmas nos enjaulando.
As dicas de ler muito, escrever, analisar, avaliar você vai desenvolver na faculdade ou com o tempo de profissão. Não quero falar disso neste texto. Talvez, em um próximo. Por enquanto, prefiro ressaltar a importância de buscar as informações, seja na profissão ou na faculdade. Tendo disposição para coletar a maior quantidade possível de dados já um bom sinal.
Jornalista só escreve? O tempo todo?
Não! Também bebemos muito café :).
Claro que comparado com outras profissões, escrevemos muito mais, mas isso não significa que a rotina de trabalho de um jornalista se resume a isso. Conversamos muito, debatemos, colocamos nossas ideias, ouvimos opiniões diversas. Isso nos dá segurança para abordar um assunto, mas ainda há muitas outras coisas que um jornalista pode fazer.
Quem mora em cidade pequena, como eu, não tem muita opção, mas quem mora em capitais pode ficar indeciso sobre qual faculdade escolher. Neste LINK há uma lista das dez melhores faculdades de jornalismo do Brasil, já neste outro LINK é possível ver a avaliação de todas as faculdades de 5 a 3 estrelas.
Por que devo ser jornalista?
Muitos jovens, não que eu seja velho, assistem filmes, novelas, seriados ou documentários e acham que ser jornalista é quase ser detetive. Outros tantos se fantasiam trabalhando na Espn, Globo ou CNN. São ideias descartáveis. Não que você não possa ter esta ambição, mas, como toda profissão, não é a realidade da maioria, principalmente se você não se formar na USP ou outras 'mega' universidades, as quais lhe ofereçam a possibilidade de cruzar com grandes nomes pelos corredores.
Só para você saber, trabalhar em uma filial da Globo nem é tão impossível, mas se você chegar lá vai perceber que o salário não é tão fenomenal assim e nem as condições de trabalho. Por isso, não se iluda achando que ao trabalhar em uma filial da Globo, Band ou Record vai poder 'amarrar o burro na sombra'.
Você também logo vai perceber que a média salarial é relativamente baixa. Mas se você fizer 'tudo direitinho' depois de , mais ou menos, uma década na área você terá boa chances de ter dois empregos, trabalhar em assessoria ou pegar uma 'graninha' extra com trabalhos freelance. É claro que não dispensamos as possibilidades de você ser promovido. Minha dica: desde a faculdade acumule conhecimentos para tentar passar em concurso público, onde a média salarial é de R$ 3500,00. Ah, e não esqueça de fazer uma pós.
Tem muito jornalista que vive de aparência
Tem muita gente que associa a profissão de jornalista com glamour, pois conhece algum profissional que vive em festas, reuniões sociais, próximo às autoridades. O pior é que tem muito jornalista que se ilude com isso mesmo.
Ao exercer a profissão você vai participar de zilhões de festas sociais da elite, as chamadas 'festas fechadas', vai ganhar mais zilhões de convites e entradas vip e vai ter mais proximidade das autoridades. Conviver com a elite não significa fazer parte dela. Cabe a cada um julgar se essas coisas devem ser apreciadas ou não.
Pode ter certeza que muito jornalista que 'paga um sapo' não ganha tanto quanto você imagina, por isso, não escolha essa profissão achando que os blazers e ternos alinhados são sinônimos de salários altos. A não ser que você avalie que ganhar pouco mas estar entre os importantes é melhor que ganhar muito e não ter tanto reconhecimento, como engenheiros ou analistas de sistema.
'Quero ser comentarista de futebol'
Você também precisa saber que dificilmente escapará da política, assistência social ou outros assuntos não tão atraentes, pelo menos para a maioria que ingressa na faculdade almejando trabalhar com esporte, moda ou tecnologia. Mesmo assim não desanime, pois assuntos como política e economia não são nenhum bicho de sete cabeças e fazendo o 'feijão com arroz' não há muito o que temer.
Recomendo que 'saia da caixa' e pense na profissão como um 'geral', esteja preparado para atuar em qualquer segmento. Não entre na paranoia de querer ser só 'jornalista esportivo' ou 'de comportamento'.
Outra coisa: esquece essa história de 'investigador'. Jornalista consegue as informações por que tem fontes interessadas em prejudicar ou beneficiar alguém. Por exemplo: o caso do mensalão estourou porque políticos de oposição e ex-integrantes resolveram chamar a imprensa para repassar informações e documentos. Não foi nenhum 'salvador da pátria' que ficou dias sem dormir, revirando lata de lixo e investigando a vida pessoal dos suspeitos. A mesma coisa para o recente caso dos jatos da FAB. Diga-se de passagem, grandes 'escândalos' (principalmente políticos), normalmente, também envolvem dinheiro. Prefiro não me aprofundar nesta questão.
Considere trabalhar para empresas, pois com a profissionalização e evolução da comunicação empresarial, as grandes empresas recrutam jornalistas para sua assessoria de imprensa com muito mais frequência que em anos passados. Além disso, a evolução das tecnologias exige que as empresas tenham um profissional de Comunicação para lidar com as redes sociais e novas mídias.
Onde trabalham?
O campo para jornalista é bem amplo, mas não nos enganemos, rádios da cidade, canais por assinatura da sua região, jornais de bairro, portais, etc vão lhe oferecer baixos salários. Para quem está começando, aceite, pois, no pior das hipóteses, você acumula experiência e melhora o currículo.
O 'filé', em termos salariais, além, claro, dos grandes veículos, é pegar uma assessoria de imprensa, seja em empresas ou no ramo político. No entanto, as 'dispensas' ocorrem com mais frequência e facilidade. sem contar que você será obrigado a 'pagar um pau' pro seu empregador 24 horas por dia. Aí, você tem que ir em reunião às 23h, festa de aniversário no domingo à tarde e inaugurações no dia do aniversário de sua esposa. Existe boas chances de você ter que 'vender sua alma'.
Como saber se serei um bom jornalista?
Também estou atrás de uma resposta para essa questão, mas conversando com amigos e professores posso dar algumas sugestões (as quais também vou seguir :)). Fuçando na net, você vai achar dicas de 'ler muito', 'escrever bastante' e 'se informar sempre'. Na verdade, são dicas para todas as pessoas, independente da profissão, mas é claro que, como jornalista, você vai dar mais atenção às palavras utilizadas, à construção do parágrafo ou apresentação das informações.
Acho que, como em toda profissão, o importante é ter disposição para sempre aprender e se reciclar. Não ficar com pensamentos e dogmas nos enjaulando.
As dicas de ler muito, escrever, analisar, avaliar você vai desenvolver na faculdade ou com o tempo de profissão. Não quero falar disso neste texto. Talvez, em um próximo. Por enquanto, prefiro ressaltar a importância de buscar as informações, seja na profissão ou na faculdade. Tendo disposição para coletar a maior quantidade possível de dados já um bom sinal.
Jornalista só escreve? O tempo todo?
Não! Também bebemos muito café :).
Claro que comparado com outras profissões, escrevemos muito mais, mas isso não significa que a rotina de trabalho de um jornalista se resume a isso. Conversamos muito, debatemos, colocamos nossas ideias, ouvimos opiniões diversas. Isso nos dá segurança para abordar um assunto, mas ainda há muitas outras coisas que um jornalista pode fazer.
- Elaborar sites, portais e blogs. Agir como intermediador nas redes sociais. Criar jornal interno de uma empresa. Ajudar a criar folhetos e folders. Atuar juntamente com a equipe de publicidade para desenvolver estratégias de comunicação. Servir de intermediário entre empresa e população. Responder perguntas, correr atrás de soluções, ajudar a construir a 'imagem' de uma empresa, instituição.
- Atuar em ONGs.
- Editar e diagramar.
- Definir estratégias de comunicação.
- Atuar em programas de mídia eletrônica (tv e rádio), não apenas como locutor ou repórter, mas também nos bastidores, coletando informações, fazendo contatos, definindo pautas, organizando as equipes. Elaborar e intermediar documentários, debates e 'mesas redondas'.
- Atuar no cinema, como pesquisador, entrevistador, redator.
- Produzir discursos, elaborar documentos e apresentações.
- Atuar em rádios, não só como locutor, mas coletando informações para os locutores. Foi minha primeira experiência na profissão.
- Atuar em canais de televisão. Assim como no rádio, não necessariamente aparecendo, mas contruindo a base interna de informações.
Quem mora em cidade pequena, como eu, não tem muita opção, mas quem mora em capitais pode ficar indeciso sobre qual faculdade escolher. Neste LINK há uma lista das dez melhores faculdades de jornalismo do Brasil, já neste outro LINK é possível ver a avaliação de todas as faculdades de 5 a 3 estrelas.
terça-feira, 16 de julho de 2013
Jânio Quadros o "mago" do marketing político
Provavelmente, antes mesmo do termo 'marketing político' existir, ou pelo menos ser conhecido no Brasil, Jânio Quadros já utiliza estratégias que ainda hoje são a base do marketing político no país.
A cientista política Vera Chaia o classifica como um “mago" do marketing político. Já o ex-ministro e embaixador Rubens Ricupero diz que o jeito de se fazer política hoje em dia começou com Jânio.
A imagem de popular, sem aquela 'pompa' de político ou de intocável, tornou-o um candidato próximo à população. O que hoje, podemos chamar de populismo ou, ainda mais crítico, lulismo, já era praticado por Quadros nos idos anos 60.
Não é para menos que é considerado o precursor do marketing político. Para quem deseja aprofundar seus conhecimentos na área, o livro de Nelson Valente sobre o ex-presidente é indispensável.
Imagem pessoal
Não pense você que essa coisa de 'trabalhador das classes', homem de origem humilde e imagem de 'povão' é coisa nova do PT. A estratégia, que ainda vale muito em uma eleição não apenas no Brasil mais em toda América Latina, começou a ser desenhada por Jânio.
Ora com sapatos trocados, ora (quase sempre) com sua vassoura, com a qual varreria a corrupção do país, ora comendo um sanduíche de mortadela tirado do bolso. Assim era Jânio Quadros nos palanques de campanha. A imagem de um homem simples era pela primeira vez representada com tanta clareza e maestria em um político.
Criou mais que uma imagem pessoal. Uma identidade nacional. Numa época que o rádio ainda era o grande veículo das massas – a televisão começava a ganhar mercado – suas palavras simples e discursos cheios de conotações patriotas, inflamavam os eleitores de paixão e esperança.
Ao mesmo tempo que passava uma imagem de simples, procurava ser visto como uma pessoa culta. Assim, o povo poderia enxergar nele alguém culto, mas humilde. Por isso, mostrava seus projetos, propostas e opiniões de uma forma aprofundada, mas utilizando palavras simples, de fácil entendimento.
Essa característica, ainda hoje, pode ser decisivo em uma campanha. Posso citar o exemplo mais claro: o PT e o PSDB. Os candidatos tucanos sempre apresentam índice de rejeição por parecerem 'ricos' ou 'esnobes. Já os candidatos do PT são os que possuem maior carisma junto à população. Não fosse o apoio do 'humilde e batalhador' Lula, teria Dilma vencido as eleições?
Usava as bandeiras de São Paulo e do Brasil sempre que julgava importante. Ainda hoje, candidatos fazem questão de ressaltar sua origem paulista, interiorana ou nordestina como sendo um sinal de humildade, força ou capacidade.
Material
Além de utilizar os tradicionais espaços nos jornais, revistas e rádio, fez uso em grande escala de materiais promocionais como santinhos, selos, broches, cartazes, panfletos, ofícios, cartilhas eleitorais, flâmula, bilhetes de rifas e cédula. Desenvolveu interessantes slogans, como:
VASSOURA NELES
LIBERDADE ORDEM
MORALIDADE ECONOMIA
– NÃO DESESPERE –
JÂNIO VEM AÍ
JÂNIO VEM AÍ...
NÃO DESESPERE!
JÂNIO VEM AÍ...
O AMOR PELA PÁTRIA
ME FARÁ VENCER
A cientista política Vera Chaia o classifica como um “mago" do marketing político. Já o ex-ministro e embaixador Rubens Ricupero diz que o jeito de se fazer política hoje em dia começou com Jânio.
A imagem de popular, sem aquela 'pompa' de político ou de intocável, tornou-o um candidato próximo à população. O que hoje, podemos chamar de populismo ou, ainda mais crítico, lulismo, já era praticado por Quadros nos idos anos 60.
Não é para menos que é considerado o precursor do marketing político. Para quem deseja aprofundar seus conhecimentos na área, o livro de Nelson Valente sobre o ex-presidente é indispensável.
Imagem pessoal
Não pense você que essa coisa de 'trabalhador das classes', homem de origem humilde e imagem de 'povão' é coisa nova do PT. A estratégia, que ainda vale muito em uma eleição não apenas no Brasil mais em toda América Latina, começou a ser desenhada por Jânio.
Ora com sapatos trocados, ora (quase sempre) com sua vassoura, com a qual varreria a corrupção do país, ora comendo um sanduíche de mortadela tirado do bolso. Assim era Jânio Quadros nos palanques de campanha. A imagem de um homem simples era pela primeira vez representada com tanta clareza e maestria em um político.
Criou mais que uma imagem pessoal. Uma identidade nacional. Numa época que o rádio ainda era o grande veículo das massas – a televisão começava a ganhar mercado – suas palavras simples e discursos cheios de conotações patriotas, inflamavam os eleitores de paixão e esperança.
Ao mesmo tempo que passava uma imagem de simples, procurava ser visto como uma pessoa culta. Assim, o povo poderia enxergar nele alguém culto, mas humilde. Por isso, mostrava seus projetos, propostas e opiniões de uma forma aprofundada, mas utilizando palavras simples, de fácil entendimento.
Essa característica, ainda hoje, pode ser decisivo em uma campanha. Posso citar o exemplo mais claro: o PT e o PSDB. Os candidatos tucanos sempre apresentam índice de rejeição por parecerem 'ricos' ou 'esnobes. Já os candidatos do PT são os que possuem maior carisma junto à população. Não fosse o apoio do 'humilde e batalhador' Lula, teria Dilma vencido as eleições?
Usava as bandeiras de São Paulo e do Brasil sempre que julgava importante. Ainda hoje, candidatos fazem questão de ressaltar sua origem paulista, interiorana ou nordestina como sendo um sinal de humildade, força ou capacidade.
Material
Além de utilizar os tradicionais espaços nos jornais, revistas e rádio, fez uso em grande escala de materiais promocionais como santinhos, selos, broches, cartazes, panfletos, ofícios, cartilhas eleitorais, flâmula, bilhetes de rifas e cédula. Desenvolveu interessantes slogans, como:
VASSOURA NELES
LIBERDADE ORDEM
MORALIDADE ECONOMIA
– NÃO DESESPERE –
JÂNIO VEM AÍ
JÂNIO VEM AÍ...
NÃO DESESPERE!
JÂNIO VEM AÍ...
O AMOR PELA PÁTRIA
ME FARÁ VENCER
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