segunda-feira, 15 de abril de 2013

Inevitável caminho da cobrança por conteúdo

Quando a internet deixou de ser uma curiosa ferramenta para se tornar uma ferramenta essencial, os jornais passaram a aderir ao novo formato com alguma ponderação.

Ainda não se sabia até onde o jornalismo online poderia chegar. Não se sabia ao certo se um dia o jornalismo online superaria o imprenso. Na verdade, ainda não se sabe.



Primórdios
Quando a internet começou a se popularizar, fim dos anos 90 e início dos anos 2000, as grandes empresas de jornais impressos apostaram em garantir a manutenção do conteúdo online apenas com a propaganda gerada por publicidade online.

Logo se viu que a receita gerada por anúncios online não era o suficiente para manter os novos recursos (e profissionais) necessários para a versão online se pagar.

Aos poucos, foi-se popularizando a possibilidade de cobrar por conteúdos exclusivos. Assinantes das versões impressas, logicamente, ficam dispensados de tal cobrança, mas os internautas que querem ter acesso irrestrito a todo o portal noticioso agora precisam pagar uma assinatura para isso.

Nova ordem mundial
Agora, no começo da primeira década do século 21, percebe-se que os rumos do jornalismo online começam a se desenhar para a cobrança por conteúdo exclusivo.

Os principais jornais americanos, como Washington post e The San Francisco Chronicle já cobram pelo acesso irrestrito. Na Europa, a tendência é irreversível.

Outro modelo adotado é o de cobrar após um determinado número de acessos, adotados pelo The New York Times, Estadão e a Folha. No modelo de A Folha, por exemplo, o leitor pode acessar até vinte conteúdos por mês, sem restrições. A partir disso é necessária uma cobrança.

Seja qual for o modelo, é evidente que os portais de notícias online não conseguem mais se manter apenas pela publicidade online. Uma receita extra é preciso. Cobrar pelo acesso, impensável há alguns anos, hoje é o melhor caminho.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Como Castelo Branco promoveu militarismo com seu marketing político

Vamos falar mais um pouco sobre marketing político. No último post sobre o tema, abordamos o genial Jânio Quadros. O político de hoje será o cearense Castelo Branco, pois utilizou alguns recursos de marketing político bem interessantes, como o apoio da Rede Globo para instalar o regime militar.

Castelo Branco foi fundamental no golpe de 64 que depôs João Goulart e promovendo Mazzili para presidente, dando início ao governo militar no país. Na campanha eleitoral de 1964, o militar precisou se concentrar em ganhar aliados políticos, uma vez que as eleições foram indiretas. Ele foi o primeiro presidente do golpe militar.

Para ser eleito, obteve 361 votos, mais de 98% do total. Os outros dois candidatos receberam apenas cinco votos, somados. Abstenções e não comparecimentos somaram 109 "não votos".

Governo Militar
Por motivos óbvios, Castelo Branco enaltecia o governo militar. Em seus discursos e reuniões, a organização e a seriedade militar eram sempre vistos com bons olhos e como uma forma eficiente de se liderar, portanto era um modelo a ser seguido pelo governo federal.

Se, por um lado, não precisou fazer campanha para a população, por outro, precisava passar uma imagem forte e positiva do novo método de governo.

Amigo da mídia
Percebendo a força da mídia para criar uma boa imagem do governo, Castelo Branco se preocupou em cativar pessoas ligadas às mídias para ficar em evidência. Conquistando aliados jornalistas e empresários, sempre conseguia entrevistas e matérias de destaque.

A prática de se tornar 'amigo' de repórteres ainda é comum nos dias de hoje - e provavelmente sempre será. Políticos que não tenham boas relações com a imprensa estão fadado ao fracasso. No entanto, jornalistas dispostos a manter estreita esta relação estão a um passo do desastre.

Outra 'sacada' do ex-presidente foi conquistar o apoio do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais.

As pesquisas eleitorais são, sabidamente, um importante fator na campanha eleitoral. Amplamente estudada pela Teoria da Espiral do Silêncio, as pesquisas eleitorais podem ter uma forte influência na decisão do voto, como desmembrado pela teoria do Knowledge Gap.

Globo apoia ditadura
Como se sabe, a rede Globo apoiava a saída de João Goulart e a implantação do sistema de regime militar. O vínculo de amizade entre as organizações Globo e os militares favoreceu o golpe militar e fez parecer que o Brasil entraria numa era de democracia.

Com a mídia a seu favor, o governo de Castelo Branco (e dos militares em geral) propagava que Jango pretendia instalar o comunismo no país e a saída era um novo governo apoiado pelos militares.

Comprando Utilizando a mídia a seu favor, Castelo Branco mostrou que a proximidade do político com os veículos de comunicação pode ser um  fator decisivo numa eleição.

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