quarta-feira, 20 de junho de 2012

Será o Duolingo a nova sensação da internet?

Dificilmente você já ouviu falar neste site - Duolingo - mas possivelmente esta será a nova sensação da internet nos próximos meses, anos.

Desenvolvido pelo mesmo criador dos irritantes reCAPTCHAS - aquelas letras tortas, que a maioria dos sites forçam-nos a digitar para deixar, comentários, por exemplo, evitando spams e outros visitantes não humanos digamos assim - o novo site pretende que os internautas ao redor do mundo se empenhem para traduzir todo o conteúdo da net para diversos idiomas, que deve levar anos, se é que podemos prever um fim disso.

Utilizando princípios similares ao utilizados em tutoriais de idiomas, o projeto é tentar facilitar o acesso à internet quebrando barreiras linguísticas.


Por enquanto, o site disponibiliza o aprendizado de inglês para quem fala espanhol; e também oferece o aprendizado de francês, alemão e espanhol aos que falam inglês. Pretende-se no futuro, incluir italiano, português e chinês.

Segundo o fundador, Luis von Ahn, com 100 mil usuários, por exemplo, seria possível traduzir toda a Wikipédia do inglês para o espanhol em cinco semanas.

Aprenderemos inglês fluente?
Assim como o Google Tradutor e outras ferramentas digitais de aprendizado de idiomas, o Duolingo também possui algumas falhas. E mesmo nos níveis básicos já é possível detectar alguns pontos, no mínimo, questionáveis.

Para o professor de inglês Mickael Pontecorteau, a ferramenta não funcionará como um "professor extremo" e dificilmente será utilizado para se aprender inglês com eficiência sem um auxílio humano.

Já o criador do Duolingo, que é guatemalteca, o programa é extremamente eficiente e só tende a ser aperfeiçoado com o tempo, conforme os próprios usuários cooperem. Conforme a ferramenta ganhe novos adeptos, mais rapidamente as páginas serão traduzidas.

O que espero após um teste
Já me cadastrei (selecionei que falo espanhol e quero aprender inglês) e fiz algumas lições. Até que o site é bacana. O legal é poder gravar a voz para poder testar se estamos falando corretamente.

Não quero questionar se as lições são fáceis ou difíceis, mas certamente, pelo pouco que testei até agora, são bem feitas. Só não sei o potencial concreto para aprender corretamente um novo idioma, que é o esperado. Gostaria de testar um idioma que não sei "nadica de nada", mas teria que ter a opção de que minha língua materna é o português, o que não é possível até agora.

Sigo a corrente dos que acreditam que o portal será apenas mais uma ferramenta de "distração no trabalho" ou atividade social; sem que ganha o status de ferramenta profissional.

No entanto, os jovens que desenvolveram a ideia certamente são muito mais espertos que eu e apostam na queda das fronteiras linguísticas para alavancar a ferramenta, que ainda podem aperfeiçoar muito bem para se tornar no novo "bum" econômico da net, nos fazendo pensar "por que eu não pensei nisso antes?"

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Uma foto por dia, nada mais

Os avanços tecnológicos e comunicacionais indiscutivelmente facilitam nossa vida e tornam tudo mais prático. Poderia escrever um post, para não dizer um livro, sobre os benefícios do avanço das mídias digitais, comunicação em rede...

Talvez por estarmos vivendo nos primórdios de uma nova era digital, ainda estamos aprendendo a lidar com a transição para uma comunicação global. Estamos saindo de um modelo um-todos para todos-todos.

Precisamos aprender a viver nesta nova Comunicação em Rede. Assim como a internet trouxe uma super-produção de informações, as redes sociais também produzem uma super-produção informacional.

"Hummmm!!! Que delícia de bolo"
As redes sociais tiraram as pessoas de uma vida isolada para uma vida cybersocial. Podemos dizer que a rede mundial de computadores tem o poder tornar a vida privada em pública, em poucos segundos - ou poucos cliques, como queiram.

Se antes, fazíamos um bolo no domingo e ninguém ficava sabendo, no máximo um par de amigos do trabalho no dia seguinte, hoje só de ter a ideia já postamos no Twitter, Facebook, publicamos fotos com o Instagram ou o que for: "vou fazer um bolinho". E nossos amigos já comentam, curtem e compartilham o que fazemos em privado.

Uma foto e só
O assunto é vasto e poderíamos realizar um belo aprofundamento, mas o que pensei para este post é imaginar como será a net mais madura, com "auto-moderação", uma seleção inteligente do que postamos na net.

Imagine uma regra de postar, ou enviar uma foto por dia. Uma postagem por dia e nada mais que isso. Pensaríamos melhor o que postaríamos. Certamente fotos de cachorrinhos, gatinhos, correntes, etc, seriam menos frequentes. Nossos perfis ficariam mais limpo, mais fácil e mais objetivo.

Já reparou como tem gente que faz "a mesma foto" dez vezes e publica todas as dez. Se tiram foto de um riacho, por exemplo, publicam sete fotos que não dizem nada. Qualquer fotógrafo, amador ou profissional, vai tirar cinco ou seis fotos de assunto para pegar o melhor ângulo, mas não é necessário publicar todas. É isso o que acontece hoje.

As próximas gerações serão melhor orientadas
Certamente, estudantes são o que mais postam estes tipos de "lixo virtual". Os motivos são óbvios: imaturidade, tempo livre... eles são os menos culpados, aliás não acho que há culpados.

Isso ocorre porque seus pais, hoje, pouco sabem orientar sobre o assunto, pois quando eram jovens não tiveram essa vivência digital e por mais que tentam impor limites, os argumentos são falhos e frágeis.

Acredito que a próxima geração já será melhor orientada porque seus pais saberão os riscos e as futilidades das postagens na web. Talvez até sites sociais imponham limites.

Bendito o dia que isso mudar
Não vejo um futuro sem correntes ou fotos de gatinhos, por exemplo, nas redes sociais, mas acredito que com o amadurecimento da própria internet, essas bobagens devem se tornar menos populares no futuro.

Os usuários da internet amadurecerão e selecionarão melhor o que postar. Isso deixará a net ainda mais atraente. A objetividade será mais frequente no "cyberfuturo". Espero!

sábado, 2 de junho de 2012

Communication research e Agenda Setting

Antes de iniciar nosso estudo sobre o Agenda Setting, vamos dar uma pincelada na conhecida Communication Research.

Os estudos sobre comunicação até meados dos anos 60 e início dos anos 70 procurava entender os processos comunicacionais com teorias que buscavam se superar, em conceitos fechados. Uma negava a outra. Elas eram excludentes. Mas no começo dos anos 70 alguns estudiosos dos Estados Unidos passaram a entender os processos comunicacionais como algo mais complexo e que para ser compreendida, era necessária uma visão mais abrangente.

Os estudiosos Maxwell McCombs e Donald Shaw diziam que a mídia tem a capacidade de influenciar a projeção dos acontecimentos na opinião pública, estabelecendo um ambiente montado, fabricado, pelos meios de comunicação.

Agora não se discute que os media querem persuadir, mas apresentam à sociedade os assuntos sobre os quais devemos discutir, opinar, comentar...

Agenda Social
Para entender um pouco melhor este conceito, só relembro que agora estamos falando de hipóteses e não de teorias - pois estas, escrevi acima, se excluem. Enquanto hipóteses podem ser sempre melhoradas - o que já é uma grande renovação nos estudos sobre Comunicação Social.

A ideia aqui é entender como funciona a "agenda social". Em recente post, cheguei a dizer que a Globo é o Agenda Setting do Brasil justamente por este poder que a empresa tem de gerar assunto, temas, os quais podemos iniciar conversas com qualquer pessoa, mesmo as desconhecidas.

O livro Teorias da Comunicação em Jornalismo traz uma boa explicação sobre o assunto. Na antiga Grécia, logicamente em Atenas, os cidadãos se reuniam para debater assuntos referentes sobre a Pólis (cidade), daí o nome de políticos.

Os temas eram variados, mas tinham em comum a referência com a cidade e seus habitantes, e o interessante é que os temas mais comuns eram sobre as vidas dos mais ilustres cidadãos, sobre os atletas atenienses, ou sobre as próximas festas, por exemplo. Muito semelhante ao que ainda toma boa parte de nossas conversas hoje.

Pressupostos
Podemos então, entender que a hipótese do Agenda Setting refere-se à nossa agenda social, à fixação de assuntos os quais qualquer um pode iniciar uma conversa com qualquer outro.

O pressuposto principal é que a compreensão que temos da realidade, nos é imputada pela mídia.
  • Fluxo contínuo: a comunicação não é um processo fechado. Estamos sujeitos a um fluxo de informações gigantesco desde acordarmos até o deitar e seria impossível guardarmos tudo, selecionamos, mesmo que inconscientemente, somente os principais fatos e assim podemos desprezar informações que julgamos sem importância.
  • Influência a médio e longo prazo: mais uma vez contrariando as antigas teorias, agora os estudiosos passam a entender que a comunicação não traz efeitos imediatos ao cidadão.
  • O que pensar: percebeu-se que a mídia não necessariamente influencia diretamente sobre como pensar, mas, puramente pode controlar sobre o que pensar.
A hipótese do agenda-setting seria uma central de temas e de conhecimentos parciais, que podem ser organizados e integrados numa teoria geral sobre a mediação simbólica e sobre os efeitos de realidade exercidos pela mídia.

O meio e a mensagem
Para os estudiosos desta teoria, dois fatores são fundamentais para definir o grau de importância que determinado assunto, ou tema, ganha na vida daquela sociedade.

Estabeleceu-se basicamente, dois fatores determinantes: o meio e o conteúdo. De acordo com estudos e pesquisas, o meio escrito, por exemplo, tem mais influência que o televisivo. O conteúdo divulgado também determina o grau de importância na "agenda social" das pessoas.

Mais do que poderíamos imaginar a priori, os estudos sobre o Agenda Setting são bem variados e se aprofundam em diversas áreas, por isso recomendo uma leitura mais detalhada e atenciosa sobre o assunto, diga-se de passagem, bem presente nos concursos públicos.

Referência:
Autor: Barros Filho, Clovis de; Tavares Paes Lopes, Felipe; Peres Neto, Luiz
Editora: Saraiva

Organizadores: Antonio Hohlfeldt, Luiz C. Martino e Vera Veiga França
Editora: Vozes

Autor: Mauro Wolf
Editora: Presença

Você também vai gostar de ler

Posts indicados