sábado, 17 de março de 2012

Escola de Frankfurt de Comunicação

O filósofo alemão Max Horkheimer
Este post se dedicará a uma introdução das linhas gerais da chamada Teoria Crítica, trabalhada pelos estudiosos que iniciaram seus trabalhos em 1923 em Frankfurt, na Alemanha.

Podemos identificar a nomeação de Max Horkheimer como diretor do Instituto für Sozialforschung como o ponto crucial para a definição do local como importante centro de estudos sociais.

Os estudiosos
O diretor, Horkheimer, e Theodor Adorno foram os principais autores no desenvolvimento do conceito de industria cultural, o centro dos estudos culturais e de análise de mídia na linha. Também se juntam com destaque aos ilustres, os estudiosos Walter Benjamin e Siegfrield Kracauer. Outros nomes serão apresentados em posts futuros.

Eram pensadores que se preocupavam com os estudos críticos da sociedade. A gama de assuntos abordados por estes estudiosos era amplo e abraçava a política, a arte, os processos civilizadores e algumas outras áreas. Inevitavelmente, perceberam o poder da mídia da denominada cultura de mercado na vida das pessoas.

A sociedade é um todo e não segmentada
Como define Mauro Wolf, "a identidade central da teoria crítica configura-se, por um lado, como construção analítica dos fenômenos que investiga e, por outro, e simultaneamente, como capacidade para atribuir esses fenômenos às forças sociais que os provocam".

Os frankfurtianos entendem que a sociedade não pode ser setorizada, pois funciona como um todo. Os estudos das disciplinas não deveriam ser segmentadas ou setorizadas.

Ao contrário do que propunham estudiosos de Comunicação da época, a Escola de Frankfurt entendia que os fenômenos comunicacionais constituem um complexo social, não deveria ser tratado à parte, precisa, por isso, ser estudado dentro do contexto histórico global da sociedade. O que causou grande impacto nos estudos de Comunicação.

Pela visão mais ampla de sociedade, a forma que os frankfurtianos encararam os estudos em Comunicação levou os estudos sociais a um novo patamar.

Por ora
Assim como fiz ao estudar a Escola Norte-americana, pretendo elaborar uma apostila. No entanto, por falta de tempo e para não deixar o blog parado, vou alimentar a Escola de Frankfurt aos poucos e, ao final, disponibilizarei uma apostila de estudo.

Nos próximos posts irei identificar mais algumas características desta escola. Faremos uma breve situação histórica e entraremos no assunto Indústria Cultural.

Referências:
Mauro Wolf. Teorias da Comunicação

Teorias da Comunicação: Conceitos, Escolas e Tendências. Ed. Vozes. Antônio Hohlfeldt. Luiz C. Martino e Vera Veiga França (organizadores).

segunda-feira, 5 de março de 2012

Tipos e subtipos de "Jingles"

Qualquer estudante de Comunicação, e a maioria dos leigos, sabe bem o que são os Jingles e sua importância para o sucesso de uma campanha. Sabemos que se trata de uma produção musical publicitária para um produto ou serviço, mas saber que Jingle são as "musiquinhas" publicitárias não é o suficiente para você se destacar no meio profissional e muito menos para ir bem nos concursos públicos, por isso, este post pretende destrinchar um pouco o tema.

Jingle-assinatura e Jingle-slogan
Primeiramente vamos distinguir estes dois tipos de Jingles. O tipo assinatura pode ser definido como uma composição musical e verbal de longa (na maioria das vezes de 15a 30 segundos, mas nada impede de ser até maior) contendo as características de uma canção.

O tipo slogan é de curta duração (uma frase ou fragmento de frase musical associado a um nome de marca ou de um slogan.

Jingle promocional
Como já indica promove um produto, destacando suas qualidades. De uma forma geral é de tempo limitado e é veiculado com mais frequência para atingi seu público alvo.

Jingle institucional
Este tipo de Jingle pode ser subdividido em dois, os diretos e os indiretos. Em ambos os casos divulga uma marca, produto ou instituição, fixando as características e o nome do que está sendo anunciado e pode ficar por longo períodos no ar, tomando-se o cuidado para não saturar o consumidor.

O Jingle institucional direto divulga as características do produto (serviço).

Já o Jingle institucional indireto tentar lançar, de certa forma subliminar, alegria, prazer e outras características positivas que possam ser associadas ao anunciante.

Recomento as seguintes leituras para aprofundar o assunto:
Mídia e produção audiovisual: uma introdução, Ed. IBPEX - Alves, Marcia Nogueira; Fontoura, Mara; Antoniutti, Cleide Luciane
Jingles eleitoras e marketing político. Uma dupla do barulho - Summus Editorial - Manhanelli, Carlos.

Vídeo com alguns slogans políticos - AQUI

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nova lei da Tv paga. Incentivou ou censura?

A mais recente polêmica no meio de Comunicação é a lei que exige que os canais de tv por assinatura exibam em sua programação um número mínimo de produções nacionais, aprovada pelo Congresso no ano passado.

Sob o comando da ANCINE (Agência Nacional de Cinema), a nova lei (leia na íntegra AQUI) dá amplos poderes à ANCINE que passa a fiscalizar e regular  as produções, programações e empacotamento de conteúdos televisivos. Para muitos isso é inconstitucional, pois daria à ANCINE (e Anatel) um poder de previamente vetar qualquer produção, gerando uma "censura informal", além de a lei possuir um texto impreciso, que poder abranger até a internet.

Agora o assinante, que paga pelo serviço de tv por assinatura, não teria direito à liberdade de escolha do conteúdo.

Mudanças e riscos de extinção
Canais de filme e seriados, por exemplo HBO - Sony - Warner),  terão de exibir semanalmente três e horas e meia, no mínimo de conteúdo produzido no Brasil. Estes canais, entre outros terão de exibir filmes ou programas nacionais no horário nobre. Estes canais terão de encomendar séries no Brasil ou inventar programas que preencham a cota, não necessariamente seriados, mas obrigatoriamente feitos no Brasil.

Outra informação triste é que canais estrangeiros de pouca audiência podem ser extintos. Pois os pacotes terão que ser refeitos.

Investimento estrangeiro
Outra polêmica refere-se ao capital estrangeiro investido nos canais. A nova lei prevê a proibição de capital estrangeiro, o que para muitos também é inconstitucional, já que isso restringe o investimento, e ainda por cima pode gerar ônus ao contribuinte, pois certamente para cobrir o dinheiro de fora, o governo terá que injetar grana, ou seja, o dinheiro estrangeiro pode ser substituído por nossos impostos, dinheiro público que poderia ser investido em outras áreas.

Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal já derrubou a restrição ao capital estrangeiro.

Incentivo ou censura?
As novas mudanças, inevitavelmente, devem gerar um estímulo e aumento de produções nacionais e independentes, mas esse jornalista acha que o preço a ser pago é muito alto, se for como a nova lei deseja.

Mais um daqueles casos em que nossos governantes preferem um projeto imediato a um projeto bem feito. As produções nacionais e independentes merecem e devem receber apoio e incentivo, mas como está sendo feito, o preço está sendo pago - como quase sempre - por quem deveria ser beneficiado e não prejudicado.

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