quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nova lei da Tv paga. Incentivou ou censura?

A mais recente polêmica no meio de Comunicação é a lei que exige que os canais de tv por assinatura exibam em sua programação um número mínimo de produções nacionais, aprovada pelo Congresso no ano passado.

Sob o comando da ANCINE (Agência Nacional de Cinema), a nova lei (leia na íntegra AQUI) dá amplos poderes à ANCINE que passa a fiscalizar e regular  as produções, programações e empacotamento de conteúdos televisivos. Para muitos isso é inconstitucional, pois daria à ANCINE (e Anatel) um poder de previamente vetar qualquer produção, gerando uma "censura informal", além de a lei possuir um texto impreciso, que poder abranger até a internet.

Agora o assinante, que paga pelo serviço de tv por assinatura, não teria direito à liberdade de escolha do conteúdo.

Mudanças e riscos de extinção
Canais de filme e seriados, por exemplo HBO - Sony - Warner),  terão de exibir semanalmente três e horas e meia, no mínimo de conteúdo produzido no Brasil. Estes canais, entre outros terão de exibir filmes ou programas nacionais no horário nobre. Estes canais terão de encomendar séries no Brasil ou inventar programas que preencham a cota, não necessariamente seriados, mas obrigatoriamente feitos no Brasil.

Outra informação triste é que canais estrangeiros de pouca audiência podem ser extintos. Pois os pacotes terão que ser refeitos.

Investimento estrangeiro
Outra polêmica refere-se ao capital estrangeiro investido nos canais. A nova lei prevê a proibição de capital estrangeiro, o que para muitos também é inconstitucional, já que isso restringe o investimento, e ainda por cima pode gerar ônus ao contribuinte, pois certamente para cobrir o dinheiro de fora, o governo terá que injetar grana, ou seja, o dinheiro estrangeiro pode ser substituído por nossos impostos, dinheiro público que poderia ser investido em outras áreas.

Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal já derrubou a restrição ao capital estrangeiro.

Incentivo ou censura?
As novas mudanças, inevitavelmente, devem gerar um estímulo e aumento de produções nacionais e independentes, mas esse jornalista acha que o preço a ser pago é muito alto, se for como a nova lei deseja.

Mais um daqueles casos em que nossos governantes preferem um projeto imediato a um projeto bem feito. As produções nacionais e independentes merecem e devem receber apoio e incentivo, mas como está sendo feito, o preço está sendo pago - como quase sempre - por quem deveria ser beneficiado e não prejudicado.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Prova da Codesp

Subi na minha conta do Scribd a prova e o gabarito de uma prova realizada em 2011 para o cargo de Técnico de Comunicação, com ênfase em Publicidade e Propaganda..

O prova foi elaborada pela Vunesp e conta com 60 questões. É um bom teste. Até que eu fui relativamente bem, acertando 77%, mas ainda preciso melhorar.

Vale lembrar que, caso não queira, os arquivos podem ser vistos mesmo sem precisar dar download.

Link para a PROVA
Link para o GABARITO

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Entendendo um pouco o predomínio da Rede Globo

Estudando um pouco sobre a história da Comunicação no Brasil, li alguns pontos interessantes que me fez entender um pouco como a Rede Globo iniciou seu período, aparentemente interminável, de hegemonia nacional e pensei que seria bacana compartilhar neste blog.

Atualmente, a emissora recebe até três vezes mais dinheiro de propaganda que todas as outras emissoras JUNTAS e está presente em 99,84% dos municípios brasileiros.

A Globo e a ditadura militar

Quero começar pela parte mais polêmica. O jornal O Globo, em plena ditadura militar sempre foi favorável ao governo, dando brechas para as especulações de que a emissora se favoreceu da sua proximidade com os governantes para conseguir chegar ao topo. Desde então, muito se questiona os meios da emissora de obter recursos e investimentos. Aliás, iniciou-se com dinheiro estrangeiro, o que era proibido pela ditadura.


De fato, a própria Globo não esconde o apoio que dava aos militares, mas polêmicas à parte vamos levar a discussão para um lado mais histórico e menos político. Mesmo por que o material que eu consultei pouco fala desta parte.

Pré-Globo
O início da televisão brasileira foi praticamente uma adaptação dos programas de rádio para a televisão, predominando os programas musicais, bem como festivais. Nesta época a Tv Record era a grande sensação da televisão brasileira.

Em 1965, a Rede Globo foi fundada no Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, expandiu-se para São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife e em 1969 levou ao ar a primeira edição do Jornal Nacional, dando início a uma virada de mesa na preferência nacional.

Programas recordistas
A emissora investia numa programação mais tradicional e mais voltada para o popular, enfatizando o modelo de "teleteatro". Assim, lançou "O Céu é o limite", que chegou a atingir 92% de audiência. O primeiro estrondo da emissora.

A partir daí, a emissora passou a exibir inúmeros programas imbatíveis: Programa Silvio Santos, Dercy de verdade, O homem do sapato branco...

Pioneirismo
A grande marca da Rede Globo é o pioneirismo, desde a estréia do Jornal Nacional em rede nacional, a emissora sempre esteve à frente de suas concorrente, lhe garantindo desde os anos 60 o primeiro lugar na audiência.

Naquela época a emissora investiu em coberturas internacionais e transmitiu a Copa do Mundo de 66 e o lançamento da Apolo 11 em 1969, por exemplo. Além de realizar também a primeira transmissão em cores.

Outro fator positivo foi o investimento em coberturas esportivas, em especial os jogos de futebol. Em tempos de ditadura e censura, as transmissões de futebol eram liberadas; e investindo nisso, a emissora também sempre esteve na dianteira das concorrentes.

Hoje a emissora detém 64% da audiência nacional - em horário nobre este índice sobe para 74% - e detém 75% das receitas em propaganda.

Referências
Mídia e Produção Audiovisual: uma introdução.
Autores: Alves, Marcia Nogueira; Fontoura, Mara; Antoniutti, Cleide Luciane
Ed.Ibpex. Coritiba. 2008

História da Televisão no Brasil 
Organizadores: Ribeiro, Ana Paula Goulart; Sacramento, Igor; Roxo, Marco
Ed. Contexto. São Paulo. 2010

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