quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O curioso caso do domínio ".tv"

Você sabe dizer a que se refere o domínio ".tv"? Se você respondeu que é de sites que transmitem vídeos, ou stream de vídeos, você está errado, ou melhor meio errado... talvez, quase certo. O curioso caso do domínio ".tv" envolve marketing, dinheiro e uma pequena ilha na Oceania.

Por incrível que pareça, na verdade, este domínio pertence à pequena nação de Tuvalu, na Oceania. Este arquipélago com aproximadamente 12 mil habitantes é o verdadeiro herdeiro do domínio ".tv", o qual alguns especialistas alegam ser o próximo 'boom' da informática.

Há alguns dias, li um interessante texto na Folha de SP, no caderno The New York Times, sobre o assunto e achei interessante reproduzir esta curiosidade aqui.

Com o crescente número de usuários de internet que assistem a vídeos através de seus smartphones, tablets e notebooks, o registro ".tv" se tornou um meio atraente de mostrar aos internautas que o site disponibiliza vídeos, ou streams.

Um dos casos que vale ressaltar é o do site Twitch.tv, que transmite jogos online ao vivo, uma febre tão grande que a Amazon.com anunciou a compra do site por cerca de U$ 1 bilhão.

Ilha de Tuvalu vendeu o domínio ".tv"
Na década de 90 quando foi distribuído os domínios aos países para identificação de sites nacionais, a ilha de Tuvalu foi 'agraciada' com este sufixo. Anos mais tarde, uma empresa se prontificou a pagar U$ 50 milhões para ter o direito de vender o domínio ".tv" para outras empresas. O pagamento foi dividido ao longo de doze anos.

A receita proeminente da venda do 'ponto tevê' se tornou a principal fonte de renda -ou pelo menos, uma das mais importantes - desta pequena nação.

A empresa, DOT-tv, apostou que em pouco tempo o domínio ".tv" seria maior que o ",com" pois acreditou, e acredita, que com a expansão da internet e avanços tecnológicos, as pessoas passaram a ver mais vídeos em aparelhos de informática, se tornando assim o hábito mais comum de pessoas que navegam na internet.

Para se ter uma ideia, o domínio "china.tv" foi vendido por US$ 50 milhões por cinco anos, mais 1% na participação de lucros da empresa,  daí podemos ver a demanda pelo negócio. Outro exemplo de bom uso do sufixo é o site "redbull.tv", que transmite esportes radicais via web. Estima-se mais de 200 mil registros já feitos com o final ".tv".

Com o dinheiro, o governo tem investido em escolas e rodovias. Outro investimento importante graças a este dinheiro foi o de iluminação pública.

Sucesso garantido?
Claro que não podemos pontuar certeza alguma, mas o domínio ".tv" tem confirmado a tendência e parece que, com o aumento de demanda, a ilha de Tuvalu ainda vai obter lucros por muitos anos com este domínio, mas curiosamente outros exemplos similares já aconteceram.

O texto, publicado no The New York Times, cita o sufixo "fm", que é utilizado pelo Ask.fm. Este sufixo pertencia à Micronésia. No entanto, sufixos diferentes podem gerar confusão e o proprietário acaba perdendo navegantes para sites com o mesmo nome, mas como tradicional registro ".com".

O caso é curioso e nos faz refletir sobre a guerra dos domínios de web e até que ponto isso pode chegar.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Perfis do jornalista cidadão

Também chamado de jornalismo colaborativo, democrático e até, de rua. O jornalismo cidadão tem como conceito a participação de cidadãos comuns, sem formação em jornalismo, na coleta e divulgação de informações, notícias. É uma ideia que ainda gera debates e polêmicas, pois a partir do momento que todos podem divulgar informações de forma abrangente, a possibilidade de disseminação de falsa notícia cresce. O objetivo deste texto não é debater os pontos negativos e positivos do jornalismo cidadão, mas traçar um perfil básico das pessoas que participam deste processo, o qual, possivelmente, você está inserido, mesmo sem saber.

É comum, por exemplo, matérias em televisão que reproduzem vídeos e fotos feitos por amadores que estavam no local do acontecimento. Flagrantes são possíveis porque hoje em dia todos possuem celulares com câmeras. Tudo pode virar notícia.

Os grandes veículos de comunicação modernos utilizam a participação popular de uma forma mais contundente e direta que há alguns anos. O jornalismo cidadão não se resume a comentários ou sugestão de pauta, pessoas enviando reclamações às redações ou sugerindo matérias a serem publicadas. Blogs, vlogs, redes sociais, fóruns e podcasts são algumas das ferramentas utilizadas na produção do jornalismo cidadão.

Muitas pessoas podem não saber, mas fazem parte desta atmosfera, participando de diversas formas e em diferentes intensidades. Neste post vamos abordar os perfis mais comuns de 'jornalistas cidadãos'. Você vai perceber que muitos de nossos amigos se encaixam nestes perfis e poderiam atuar de forma mais eficaz na sociedade, se conhecessem a possibilidade de se tornarem um jornalista cidadão.

Publicador
O jornalista cidadão publicador é o que possui suas próprias ferramentas para reproduzir o seu material. O blog é a ferramenta mais usual deste tipo de pessoa. Através de seu blog pessoal, é possível reproduzir informações, divulgar opiniões, vídeos, realizar pesquisas ou debater assuntos específicos.

Militante
Como o próprio nome diz, o militante é aquele que participar em prol de uma ideia específica, pode ser por um direito, pela preferência de um time de futebol, partido político, melhorias na educação. Enfim, dedica-se a defender uma causa, um assunto, de forma 'apaixonada'.

O militante pode lutar por causas grandiosas, como meio-ambiente e política, ou até assuntos mais específicos, referentes à sua comunidade ou ciclo de amigos.

Este perfil usa, mais comumente, as redes sociais para divulgar suas ideias com mais abrangência. Facebook e Twitter são as ferramentas mais aconselhadas para quem deseja realizar este tipo de jornalismo cidadão.

Observador
Este termo não se refere ao fato de observar a rede passivamente, mas sim de observar o que acontece ao seu redor. O cidadão jornalista observador está sempre com uma câmera, ou celular com este acessório, em mãos, pronto para registrar um fato.

Também participa mais comumente das redes sociais, mas também mantém certo contato com alguns veículos de comunicação, pois acredita que suas imagens e vídeos podem render matérias importantes.

Comentarista
Este tipo de cidadão jornalista gosta de participar de debates e dar sua opinião em blogs, redes sociais, sites e fóruns. O comentarista pode passar informações sobre o tema abordado e dados que possam enriquecer o debate. Diferente da pessoa que comenta com interesse de puramente dar sua opinião, neste caso, o cidadão jornalista comentarista se preocupa mais em passar dados precisos e confiáveis.

Editor
Neste perfil enquadra-se a pessoa que participa de sites colaborativos e que gosta de divulgar links e informações a partir de grandes portais, sites de jornalismo ou páginas pessoais. O editor, quase sempre, possui um blog ou um site, e serve de inspiração para outros internautas, que o seguem.

Seja qual for o seu perfil, o importante é não fugir da realidade. Antes de divulgar qualquer material, pergunte-se a quem pode interessar, a informação é educativa, serve de orientação, serve de entretenimento? Pense como o leitor. Dizer algo por dizer não vai lhe render respeito. Argumentar e estar disposto a receber críticas é essencial para quem deseja participar deste universo do jornalismo cidadão.

Pense como alguém que 

terça-feira, 22 de julho de 2014

O que é pauta em jornalismo

Quem não conhece o jornalismo no dia-a-dia pode acreditar que é o jornalista, repórter, que define sua matéria, sobre o que vai escrever, o que vai cobrir, ou o que será focado, mas não é bem assim. O jornalista trabalha em função das pautas, pelo menos nos veículos minimamente organizados. Um dos conceitos básicos em jornalismo é a pauta. De uma maneira simples, podemos dizer que a pauta é o que dá direção a uma matéria, a pauta serve para orientar o jornalista. Basicamente, é através das informações contidas na pauta que o jornalista vai desenvolver sua matéria.

Pauteiro
Como você já deve imaginar, o pauteiro é quem define a pauta. Normalmente esta decisão não é tomada por apenas uma pessoa. O pauteiro, podemos assim dizer, é o pensador, aquele que vai selecionar quais as matérias que serão veiculadas e quais devem ser descartadas, ou produzidas para serem engavetadas (para
serem utilizadas em dias que não tiverem grande volume de matérias).

Parece simples, mas, acreditem, não é. O pauteiro devem, além de definir as matérias,selecionar o enfoque a ser dado, ir trás dos contatos, obter as informações prévias, endereços e informações de base. Além disso, cabe ao pauteiro pensar em diferentes abordagens, sair da rotina, pensar em material exclusivo.

O pauteiro pensa na matéria como um todo e deve apoiar o(s) repórter(es) na produção da matéria. Se uma informação "cair", ele deve decidir pelo prosseguimento ou não na produção da reportagem. Pode mudar a pauta no meio do caminho, derrubá-la ou até mesmo ajudar a complementá-la. O pauteiro deve conhecer bem seu público-alvo para estabelecer um caminho a seguir.

Como surgem as pautas
Já se foi o tempo em que os jornais corriam atrás das matérias. Hoje em dia, a redação é um grande centro de informações. Mesmo pequenos jornais locais recebem um bom número de e-mails, releases, telefonemas e até, acreditem, cartas; de pessoas, instituições, organizações, etc, que têm interesse em que o jornal publique algum tipo de matéria.

Já trabalhei em um pequeno jornal local de esportes e mesmo na primeira edição, quando poucos conheciam sua existência, já haviam matérias suficientes para um jornal inteiro e ainda sobraram algumas par a segunda edição. Agora imaginem a quantidade de informações que recebem as redações de grandes jornais, rádio e canais de televisão. Todo mundo quer seus minutinhos de fama.

Cabe aos pauteiros selecionarem quais dessas informações têm real potencial para se transformar em matéria de interesse público. Nenhum veículo, nem mesmo site ou portais, podem publicar tanta informação.

Além dessas fontes de informações, o pauteiro também pode, e deve, sugerir pautas originais, a partir da observação do noticiário diário, da sociedade ou da rotina diária. O diálogo com os jornalistas também é vital para a criação de pautas.

Ao menos uma vez por dia, é feita a reunião de pauta. Quando os pauteiros se reúnem para o planejamento das matérias a serem produzidas. Essas reuniões podem incluir os jornalistas, editores e chefias de reportagem. Todos se comunicam para definir um caminho.

Como deve ser uma boa pauta
A pauta em si, a prévia da matéria, deve ser curto e informativo. Algumas vezes pode até incluir o lead e sublead da matéria. A pauta deve ter o nome e telefone de contato das fontes, bem como endereço de possíveis campos de trabalho. Tudo para que o jornalista possa realizar uma matéria bem estruturada.

A pauta jornalística deve ser clara. O repórter deve ter claro qual o enfoque será dado e qual o caminho a seguir. Já peguei pautas nas quais esta definição não estava clara e tive que reescrever a matéria. Uma falha de comunicação que rouba o precioso tempo do jornalismo.

A linguagem da pauta pode ser coloquial, pois é apenas uma diretriz para o jornalista, que não tem qualquer caráter formal. Deve conter as informações básicas para o desenvolvimento da matéria, com possíveis perguntas e que tipo de informação deverá ser coletada.

Normalmente, nas matérias de rua, a pauta informa o horário do evento ou entrevista.

Em casos de locais, ou eventos, que se exigem credenciais, o pauteiro é quem deve correr atrás das credenciais necessárias, ou pelo menos, deixar o caminho bem claro para que o jornalista a consiga, pois algumas vezes as credenciais são obtidas na hora do evento.

O entrevistado deve sempre ser informado sobre possíveis alterações de horário e até mesmo queda de pauta jornalística.

A pauta não deve - nunca - reproduzir na íntegra um release. Apesar de serem importantes fontes de informações, defendem interesses de alguém (pessoa, empresa, grupo social, etc.), por isso, devem ser consideradas como fontes iniciais, mas não únicas de informação. Em último caso, o pauteiro deve se basear no release para sugerir a complementação da matéria com uma entrevista a mais ou pedir para o jornalista 'cozinhar' o texto.

A melhor pauta é a que tem a participação de várias pessoas. Uma pessoa apenas definir a pauta pode render erros ou uma matéria pobre. O ideal é que o jornalista mantenha contato com o pauteiro constantemente para que o texto seja desenvolvido de acordo com o planejado.

Tenho um documento no Scribd com exemplos de pautas fictícias. Você pode visualizar no site ou baixar. É um documento do Word Office 2007.

Você também vai gostar de ler

Posts indicados