Você deve estar se perguntando "como assim?" Afinal, naquela época não foram realizadas eleições diretas e os presidentes não
precisavam realizar campanhas eleitorais. Isso não significa que não houve
estratégia de marketing político. Castello Branco e Médici utilizaram algumas
estratégias de marketing que, como vamos ver, estão sendo praticada ainda hoje.
Principalmente ao que refere-se aos esportes.
Dando sequência às análises sobre o marketing político através da história do Brasil, hoje vou comentar sobre os presidentes Castello Branco e Emílio Médici.
Vamos começar por Castello Branco - ou Castelo, encontro
referências com as duas grafias, sendo que as fontes mais confiáveis grafam com
dois eles - que deu início ao regime militar instaurado no Brasil. O presidente
foi eleito sem que uma eleição oficial tivesse ocorrido, mas as fontes apontam
para um quadro no qual o presidente concorreu com mais dois candidatos e obteve
mais de 98% dos votos, em eleições indiretas.
Basicamente a postura de Castelo Branco foi mostrar ordem no
país através do regime militar. Até aí nada de inovador, mas uma estratégia
utilizada por ele que ainda é feita até os dias de hoje, foi conquistar
personagens da mídia. Desta forma o presidente mantinha-se em evidência e
demonstrava aproximação com o povo. Hoje essa estratégia é promovida por
partidos políticos que recrutam personagens populares para tentar conquistar
algum espaço. Além disso, o conceito de eleições proporcionais incentivam os
partidos a este tipo de estratégia.
Hoje em dia é comum políticos de cargos eletivos tentarem passar uma imagem de popular e simples participando de programas de entrevista, cumprimentando artistas, comparecendo em eventos e shows - principalmente deputados e vereadores. Foi com a aproximação da mídia que ele conseguiu apoio da Rede Globo ao regime militar.
Em outra postagem sobre ele, já mencionei algumas informações adicionais. Para ler CLIQUE AQUI.
Hoje em dia é comum políticos de cargos eletivos tentarem passar uma imagem de popular e simples participando de programas de entrevista, cumprimentando artistas, comparecendo em eventos e shows - principalmente deputados e vereadores. Foi com a aproximação da mídia que ele conseguiu apoio da Rede Globo ao regime militar.
Em outra postagem sobre ele, já mencionei algumas informações adicionais. Para ler CLIQUE AQUI.
Médici
Já o presidente Emílio Médici utilizou mais ferramentas para
passar a sensação de estar comandando o país ao progresso. Seus discursos
nacionalistas eram sua marca. Ainda hoje é comum vermos candidatos com este
tipo de discurso. Dizendo que tudo está bom, tudo está ótimo, discursos que só
faltam dizer que o Brasil é a maior potência mundial. Aliás, não apenas
discursos presidenciais, mais de governadores e prefeitos seguem este tom.
Por fim, o melhor. O presidente utilizava o futebol e,
principalmente, a seleção brasileira como análogo do sucesso do Brasil Isso te
parece familiar? Se hoje temos pessoas que utilizam a Copa do Mundo e as
Olimpíadas para se promover, na ditadura o mesmo ocorria. O sucesso nos
esportes era enfatizando como reflexo do sucesso do país em todos os setores.
Considerações finais
Como podemos ver, mesmo em épocas sem eleições diretas, os
presidentes utilizavam recursos que ainda hoje são empregados no marketing
político. Não estou aqui julgando ser correto ou errado. Não é esta a função
deste texto, mas mostrar que existem muito mais nas entrelinhas que percebemos
em um olhar inicial.
Políticos usarem figuras públicas para se promoverem e
associar o sucesso do esporte ao sucesso da nação já eram estratégias do tempo
da ditadura, que hoje continuam sendo utilizadas. Os discursos políticos
modernos ainda resgatem modelos antigos para conseguir seus votos e passar ao
povo a ideia de nação (esta ou município, que seja) forte. Como a história
comprova, neste caso, o sucesso se repete e quanto isso permanecer estas
estratégias serão utilizadas.