terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Moderar comentários é censurar?

Com o avanço das mídias digitais, a participação do leitor se tornou mais rápida e eficiente que em tempos de mídia impressa ou até mesmo eletrônica. No início da internet os comentários eram publicados quase que instantaneamente, com o passar dos tempos, percebeu-se a necessidade de uma triagem nos comentários, que passaram a ser encaminhados para o "tal" moderador.

Mesmo em rádio e televisão com participação ao vivo, não há tantos comentários como na internet, onde milhares de pessoas podem comentar ao mesmo tempo e em épocas diferentes, não apenas durante um determinado programa, como em rádio e tv. Vale lembrar que o leitor da internet pode fazer um comentário mesmo após meses e até anos da publicação, o que facilita a participação plural.

Na Europa
Há alguns meses, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos considerou que as grandes mídias são responsáveis, inclusive pelos comentários de seus usuários. Assim, por exemplo, se você quser fazer um comentário racista em uma matéria do jornal alemão Bild, o jornal não pode culpá-lo exclusivamente pelo o que você escreveu. O jornal também deve assumir sua culpa por autorizar a publicação do comentário.

Sob o argumento de que a liberdade de expressão não pode ser maior que a honra de um terceiro, o Tribunal tomou a decisão de tornar os sites responsáveis pelos comentários. Outro argumento usado é que é muito mais difícil localizar um usuário que os responsáveis pelo site, principalmente quando o site possibilita comentários por anônimos. Mesmo exigido um login, não é difícil alguém criar um fake (perfil com dados falsos), o que torna a busca pelo autor mais difícil.

Levando o assunto para lados mais polêmicos, há quem diga que tal decisão pode deixar os sites das grandes mídias europeias com um grau de censura ainda maior. O mesmo cuidado que um jornal tem ao publicar uma matéria, agora deve ter com o comentário que será publicado.


Os mesmos critérios de noticiabilidade agora precisam ser toamdos também com os comentários de seus leitores. O problema é que não se pode cobrar dos leitores os conhecimentos técnicos e éticos que se cobra de um profissional de comunicação.

Redes Sociais, Blogs, Fóruns...
Na teoria, na minha visão, o conceito está mais que certo, no entanto, na prática, isso deve ser melhor estudado e elaborado. O princípio cru de que a honra deve ser respeitado acima da libedade de expressão pode interferir em conteúdos e comentários feitos em blogs, fóruns e até redes sociais.

Imagine um site com fóruns ou um blog cheios de comentários como este (só que não kkk) sendo responsabilizado pelo conteúdo postado por terceiros. Se a moda de processos e julgamentos para sites, blogs e portais  pega, a tendência é que as empresas restrinjam cada vez mais a participação do internauta.

Os mais radicais podem alegar o contrário: tanta moderação não passa a ser um tipo de censura? Você proibir que leitores comentem uma notícia é viável, legal, ou moral. Há até quem diga que "o melhor das notícias são os comentários".

Não acho que isso (onda de processos de pessoas que se sentem prejudicadas contra sites) vá ocorrer, mas é uma questão interessante para pensar. Os sites devem se responsabilizar por conteúdo postados por terceiros? Até que ponto vai esta responsabilidade pelos comentários?

domingo, 19 de janeiro de 2014

Tancredo Neves mostra o poder do Marketing Político

A última eleição indireta do Brasil foi marcada pelo forte apelo popular do candidato Tancredo Neves. Mais uma vez, o marketing eleitoral mostrou seu poder de persuasão. Como as eleições ainda eram indiretas, e o regime militar estava em queda, Tancredo precisou fazer uma campanha que mobilizasse a população a pressionar o colégio eleitoral para o eleger. Que manobra!

Em outras palavras, Tancredo Neves sabia que se dependesse apenas do colégio eleitoral, que não era o povo na época, talvez ele não derrotasse seu rival Paulo Maluf. Tancredo tece que fazer um marketing para mobilizar a população e mostrar a força popular que ele tinha para que o colégio eleitoral o elegesse.

O marketing de Tancredo transformou a eleição indireta em um movimento popular. Ele fez sua campanha como se fosse uma eleição direta, com comícios, jingles e e tudo mais que as eleições modernas utilizam. Tancredo utilizou os meios eletrônicos, material de propaganda e todo seu arsenal publicitário para alcançar seu objetivo.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, a eleição de Tancredo Neves foi um dos maiores exemplos de poder do marketing político.

Ações
O candidato captou apoio de artistas e personalidades ilustres para reforçar sua campanha. Além disso, usou o movimento "diretas já" a seu favor, com slogans do tipo "Muda Brasil - Tancredo Já" e "Para mudar, Tancredo Já".

Pela primeira vez, um candidato utilizou computadores para armazenar informações e dados importantes. Seu arquivo cotinha nomes, endereços e telefones que julgava importante guardar.

Tancredo contratou um pool de agências para que a Democracia fosse trabalhada. Ele atuava em vários programas de tv, participando de debates e entrevistas. Embora não tenha feito comerciais, sua presença nos canais de televisão era constante.

Um jogada inteligente foi direcionar sua campanha também às crianças. Ele usava bonecos e materiais como cartilhas focando as crianças. Para os adultos, cartazes, chaveiros, camisetas e outros materiais que podiam ser guardados e utilizados diversas vezes. Os jovens também era um público muito abordado em seus discursos.

Seu discurso era eloquente, mostrando conhecimento profundo sobre todos os assuntos que abordava. Um exemplo disso, era a utilização de pesquisas e divulgação de dados quando lhes eram favoráveis, como fazem os políticos até hoje, quando propagam coisas do tipo: "Fulano é candidato que mais cresce nas pesquisas", "Fulano é o número um em todas as pesquisas eleitorais". O marketing político utiliza com frequência este tipo de recurso.

Outra estratégia, em uso até hoje, era se pronunciar como presidente e não como candidato. Seu material sempre o divulgava como o presidente do Brasil e não como candidato. Além disso, reforçava sempre o seu ponto de vista como 'única opção', como "O" salvador da pátria.

sábado, 11 de janeiro de 2014

A assessoria de imprensa

Não existe um momento certo para definir quando um assessor de imprensa deve ser contratado, mas quando a empresa ou pessoa acha que está na hora de começar a ganhar algum destaque na mídia, então o assessor de imprensa é indispensável. Seja como plano de marketing, seja como estratégia empresarial, a assessoria de imprensa ganha importância nos novos conceitos administrativos.

Contratar um assessor de imprensa não se restringe a empresas. Pessoas que tenham algum contato com o público também precisa de um assessor. Músicos, artistas e políticos são exemplos de pessoas que podem ter seu potencial profissional melhorado com ajuda de um assessor de imprensa.

O que é assessoria de imprensa?
Basicamente podemos definir a assessoria de imprensa como o trabalho de manter um bom relacionamento entre o assessorado e a mídia, mas não se resume a isso. A assessoria também deve manter o assessorado bem informado sobre as informações que cercam seu ramo.

Por exemplo, o assessor de um vereador deve mantê-lo informado sobre o que sai na mídia sobre sua cidade, novidades políticas, econômicas e tudo mais que pode lhe auxiliar a melhorar seu desempenho como vereador.

Também é importante manter uma boa imagem. Seja como pessoa ou como empresa, o assessor deve auxiliar o assessorado a lidar com a mídia. Pode ajudar a formular respostas, discursos e até informar sobre postura corporal. Em empresas maiores a assessoria de imprensa serve também para manter uma boa relação entre empresa e funcionários, além de um bom zelar por uma boa comunicação interna.

Como contratar um assessor?
O assessor de imprensa deve ter formação em comunicação ou relações públicas. Muito se discute sobre quem pode desenvolver um trabalho mais completo, o jornalista, o publicitário ou o relações públicas (RP). Defendo que todos eles são profissionais competentes para a função e a decisão pode ser tomada mais em função da pessoa contratada. Alguém formado em jornalismo e publicidade, por exemplo, pode levar alguma vantagem, mas quem busca a assessoria deve definir antes qual a principal função do contratado para facilitar a escolha.

O profissional de relações públicas vai auxiliar a manter um bom contato com outras instituições, inclusive com a mídia. Pode ser a escolha ideal para quem precisa manter vários contatos ao mesmo tempo e boas relações com mídia, fornecedores, vendedores, etc.

O publicitário pode ser mais útil para traçar campanhas, criar estratégias de imagem e auxiliar a lidar com receitas e desenvolver materiais como informativos, site e cartão de visita.

Já o jornalista é mais indicado para quem precisa lidar com entrevistas coletivas, manter-se bem informado, divulgar notas oficiais ou textos empresariais.

Em futuros textos vou aprofundar o assunto e dar dicas sobre assessoria de imprensa e mais informações sobre o tema.

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