Segue link para uma prova aplicada em 2008 em concurso público para o cargo de jornalista para a Universidade Federal do Ceará. Possui muitas questões interessantes sobre diversos assuntos relevantes para a profissão. São questões relacionadas ao clipping, texto, técnicas de reportagem, lead (lide), características da notícia, texto jornalístico e texto publicitário, assessoria de imprensa e muitos outros temas.
Também possui perguntas de nível superior sobre língua portuguesa. É uma prova muito boa para quem está estudando para passar em algum concurso, pois possui perguntas bem elaboradas e bem diversificadas.
Segue LINK PARA A PROVA
Segue LINK PARA O GABARITO
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Marketing político na época da ditadura
Você deve estar se perguntando "como assim?" Afinal, naquela época não foram realizadas eleições diretas e os presidentes não
precisavam realizar campanhas eleitorais. Isso não significa que não houve
estratégia de marketing político. Castello Branco e Médici utilizaram algumas
estratégias de marketing que, como vamos ver, estão sendo praticada ainda hoje.
Principalmente ao que refere-se aos esportes.
Dando sequência às análises sobre o marketing político através da história do Brasil, hoje vou comentar sobre os presidentes Castello Branco e Emílio Médici.
Vamos começar por Castello Branco - ou Castelo, encontro
referências com as duas grafias, sendo que as fontes mais confiáveis grafam com
dois eles - que deu início ao regime militar instaurado no Brasil. O presidente
foi eleito sem que uma eleição oficial tivesse ocorrido, mas as fontes apontam
para um quadro no qual o presidente concorreu com mais dois candidatos e obteve
mais de 98% dos votos, em eleições indiretas.
Basicamente a postura de Castelo Branco foi mostrar ordem no
país através do regime militar. Até aí nada de inovador, mas uma estratégia
utilizada por ele que ainda é feita até os dias de hoje, foi conquistar
personagens da mídia. Desta forma o presidente mantinha-se em evidência e
demonstrava aproximação com o povo. Hoje essa estratégia é promovida por
partidos políticos que recrutam personagens populares para tentar conquistar
algum espaço. Além disso, o conceito de eleições proporcionais incentivam os
partidos a este tipo de estratégia.
Hoje em dia é comum políticos de cargos eletivos tentarem passar uma imagem de popular e simples participando de programas de entrevista, cumprimentando artistas, comparecendo em eventos e shows - principalmente deputados e vereadores. Foi com a aproximação da mídia que ele conseguiu apoio da Rede Globo ao regime militar.
Em outra postagem sobre ele, já mencionei algumas informações adicionais. Para ler CLIQUE AQUI.
Hoje em dia é comum políticos de cargos eletivos tentarem passar uma imagem de popular e simples participando de programas de entrevista, cumprimentando artistas, comparecendo em eventos e shows - principalmente deputados e vereadores. Foi com a aproximação da mídia que ele conseguiu apoio da Rede Globo ao regime militar.
Em outra postagem sobre ele, já mencionei algumas informações adicionais. Para ler CLIQUE AQUI.
Médici
Já o presidente Emílio Médici utilizou mais ferramentas para
passar a sensação de estar comandando o país ao progresso. Seus discursos
nacionalistas eram sua marca. Ainda hoje é comum vermos candidatos com este
tipo de discurso. Dizendo que tudo está bom, tudo está ótimo, discursos que só
faltam dizer que o Brasil é a maior potência mundial. Aliás, não apenas
discursos presidenciais, mais de governadores e prefeitos seguem este tom.
Por fim, o melhor. O presidente utilizava o futebol e,
principalmente, a seleção brasileira como análogo do sucesso do Brasil Isso te
parece familiar? Se hoje temos pessoas que utilizam a Copa do Mundo e as
Olimpíadas para se promover, na ditadura o mesmo ocorria. O sucesso nos
esportes era enfatizando como reflexo do sucesso do país em todos os setores.
Considerações finais
Como podemos ver, mesmo em épocas sem eleições diretas, os
presidentes utilizavam recursos que ainda hoje são empregados no marketing
político. Não estou aqui julgando ser correto ou errado. Não é esta a função
deste texto, mas mostrar que existem muito mais nas entrelinhas que percebemos
em um olhar inicial.
Políticos usarem figuras públicas para se promoverem e
associar o sucesso do esporte ao sucesso da nação já eram estratégias do tempo
da ditadura, que hoje continuam sendo utilizadas. Os discursos políticos
modernos ainda resgatem modelos antigos para conseguir seus votos e passar ao
povo a ideia de nação (esta ou município, que seja) forte. Como a história
comprova, neste caso, o sucesso se repete e quanto isso permanecer estas
estratégias serão utilizadas.
domingo, 17 de novembro de 2013
Uma pessoa tímida pode ser jornalista?
Está é uma das perguntas mais comum entre pessoas que desejam ser jornalista. Seja em época de vestibular, seja nos primeiros dias de aula, sempre existem alguns tímidos que não sabem se a timidez pode atrapalhar na profissão. Lembro-me dos meus primeiros dias de faculdade, e algumas pessoas, inclusive eu, que faziam esta pergunta aos professores. Hoje, na prática, vejo que, assim como em qualquer outra profissão, a timidez é um obstáculo superável por vários motivos. Um dos jornalistas esportivos mais conceituados da atualidade, Paulo Vinícius Coelho também precisou superar a timidez.
Considero a faculdade um fator essencial para desenvolver a profissão, pois aprendemos a superar essas dificuldades nos trabalhos desenvolvidos. Os jornais murais, informativos e trabalhos práticos nos ensinam a conviver com a rotina do jornalista.
Você precisa também saber que, na verdade, a maioria das entrevistas são individuais, o que deixa o diálogo mais informal, mas fácil de levar. É só você e o entrevistado. Não precisa ser afoito. Relaxe e comece com um assunto mais informal, como o tempo, um café ou coisa assim. As entrevistas coletivas ou em situações mais tumultuadas são poucas, se comparada com aquelas que você agenda por telefone. Aliás, muitas, hoje em dia, são feitas por telefone ou e-mail.
Em primeiro lugar, não considero essa característica como negativa, muito pelo contrário. Dependendo da ocasião é um fator positivo. Mais tarde falo disso. O mais importante é você saber lidar com sua timidez e usá-la a seu favor. Falo por mim, que tenho um agravante, fico ‘vermelho’ com muita facilidade. Mas fui aprendendo a lidar com isso. Fazer apresentações, desde a época da escola, pensar em algo engraçado enquanto alguém fala sério ou ter que falar alto são situações rotineiras que me deixam ‘vermelho’. Aprendi a, em situações assim, relaxar, respirar devagar e falar pausadamente, para não falar besteiras. O resultado: nunca fiz perguntas taxadas de ‘idiotas’ ou confusas, pois a minha timidez sempre me impediu de falar sem pensar, o que é extremamente importante na profissão de jornalista. Já vi alguns colegas que falam pelos cotovelos, que não têm nada de tímido, fazerem perguntas ‘cretinas’, confusas e até que já haviam sido respondidas. Aí, você percebe que, normalmente, os afoitos é quem passam vergonha. Por isso, como falei, a timidez pode ser um ponto positivo, uma vez que ela te impede de falar sem pensar.
Pergunta inteligente não ofende
Outro exemplo que acho ridículo acontece em palestras e discursos, quando o jornalista pergunta algo que a pessoa já falou, ou sobre algo que já foi abordado na palestra. Acho perda de tempo, o entrevistado acaba saindo respondendo somente assuntos que ele já falou, portanto, sabia todas as respostas, e ninguém se atem a fazer perguntas que poderiam sanar dúvidas ou complementar uma informação. Mais uma vez, o jornalista que só faz perguntas por fazer, porque é ‘descontraído demais’ não faz um bom trabalho.
Além disso, com a prática, você vai aprendendo alguns ‘macetes’, como no caso acima de palestras e discursos. Se as informações passadas já são suficientes para o seu texto. Não há porque ficar na ‘nóia’ de ser obrigado a perguntar algo. No começo, achamos que somos obrigados a fazer perguntas porque somos jornalistas. Mas fui percebendo que dependendo do jornal onde trabalhamos, não adianta coletar informações desnecessárias. Podemos acompanhar as perguntas dos colegas, não é necessário ‘fabricar’ perguntas. Também já fui vítima disso no começo da profissão. No anseio de me sentir obrigado a fazer perguntas, fiz algumas muito tolas e desnecessárias, e percebi que estava fazendo papel de idiota. Era melhor ter ficado calado.
Não estou dizendo que você não deva fazer perguntas, mas só estou levantando a importância em pensar bem no que será perguntado, para não ‘colocar a carroça na frente dos burros’. Neste ponto a timidez é boa porque nos faz pensar bem antes de proferir uma pergunta inútil.
Ninguém é seu inimigo
Outra coisa que percebi com o tempo, é que existem jornalistas muito agressivos em suas perguntas. Fazem isso porque querem passar uma imagem de críticos ou incisivos, e acabam levando tudo para o lado pessoal, praticando um antijornalismo. Por exemplo, o jornalista que não gosta do prefeito (ou trabalha para jornal de oposição) só tem interesse em criticar e atacar o chefe do Executivo municipal. Não faz papel de jornalista e sim de oposição. É levado pela ‘lavagem cerebral’ dos proprietários do jornal. Isso é mais comum em cidades pequenas, onde os jornais são panfletos políticos. de qualquer forma, não seja levado a achar que fulano ou sicrano é seu inimigo. Ainda não vi jornalista ganhar destaque com atitudes assim.
Nunca tive a pretensão de fazer inimigos, bem como nunca fiz questão de fazer amigos com o jornalismo, mas posso me orgulhar de dizer que eu soube me desprender de ter que ser amigo ou inimigo, tenho que ser jornalista. E o que isso tem com o fato de ser tímido? Como nunca pensei em ser ‘o jornalista’ crítico e polêmico, sempre realizei minhas entrevistas com calma, pensando bem nas perguntas e em como fazê-las. Utilizando um tom de voz mais calmo e demonstrando que você não está levando para o lado pessoal, o entrevistado fica mais à vontade para responder sua pergunta.
Certa vez, em minha cidade, um caso polêmico ocorreu entre os vereadores. Na sessão seguinte, foi aquele frenesi, um monte de jornalista apontando os microfones, fazendo exigências e fazendo perguntas de forma agressiva. Resultado, todos os entrevistados saíram calado. Mais tarde, sozinho, fui em alguns gabinetes e explique quais informações eu precisava. Com calma, serenidade e educação. Para resumir, consegui tudo o que precisava. Aliás, não apenas neste episódio, mas nunca me foi negado uma entrevista, pois aquelas pessoas sabiam que eu não estava ali para ‘crucificar’ ninguém, apenas trabalhava.
Obstáculo não. Aliado
Para terminar, gostaria de ressaltar que a maioria dos profissionais que conheço são pessoas tímidas, ou pelo menos, não ‘fanfarrões’. Estes aliás, vivem dando ‘barrigada’ por quererem ser polêmicos.
Se você quer seguir na profissão vai perceber que a timidez não é um obstáculo, mas sim um aliado.
Se você, ainda assim, acha difícil ser jornalista tímido, saiba que existem várias funções para um jornalista. Você não precisa ser necessariamente um repórter de campo, embora seja, na minha opinião, um passo importante na profissão.
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