sábado, 28 de abril de 2012

A Globo é o "Agenda setting" do Brasil

Para quem está querendo entender melhor como funciona a teoria do "agenda settig", já estudada na Escola americana de comunicação, basta analisar as conversas sociais. O que a mídia destaca no dia-a-dia. Vamos analisar neste post o peso da Rede Globo na nossa vida. Ainda que não gostemos ou tentemos ignorar o maior canal de televisão da América Latina.

Para entender como funciona a teoria do "agenda setting" bastar dar uma zapeada pelos canais de televisão ou uma navegada pela internet para perceber um certo padrão dos assuntos de destaque.

Casos destacados pela Globo
Em primeiro lugar não devemos ser ingênuos (para não dizer desinformados) de acharmo que a Globo se resume a um canal de televisão. São revistas, canais de tv fechada, sites... as Organizações Globo têm fortíssima influência sobre a vida do brasileiro.

Poderíamos realizar um longo estudo de cases e enumerar estatísticas e mais estatísticas, mas vamos nos ater a casos simples e notórios.

Quantos "infelizes" do seu trabalho ou faculdade você já viu conversando sobre a eliminação no BBB, sobre o caso da menina Isabella Nardoni, ou simplesmente sobre a última rodada do Brasileirão. Aliás vou deixar o esporte para um post futuro mais incisivo.

No último carnaval, por exemplo, o país todo parecia fazer uma "corrente pra frente" em favor de Ana Furtado na sua estréia como rainha da bateria. Eu até me sentia constrangido vendo-a em quase todos os programas de entrevistas da Globo, capas de revistas... Ana teria chance de ser rainha da bateria se não fosse esposa do Boninho? A mulher nem sabia sambar direito, mas essa é outra conversa.

Certamente você ouve muitas pessoas conversando sobre o final decepcionante da novela, ou sobre a raiva ou admiração por Galvão Bueno, mas não sobre a participação de Fernando Henrique Cardoso no Roda Viva, ou sobre o jogo transmitido pela Bandeirantes.

Copa do Mundo e Olimpíadas
Em breve dedicarei um post no meu Blog de Esportes, o Líder Esportes, mais detalhado sobre os pontos positivos e, principalmente, negativos da realização destes eventos no Brasil.

A Globo, patrocinadora e transmissora do evento apóia tudo o que é feito, trata os eventos como "orgulho da nação", como se o Brasil fosse um país melhor por organizar uma Copa e uma Olimpíada,

Não são noticiados casos de corrupção, desvio de dinheiro, obras superfaturadas, os prédios abandonados do Pan, as falhas do Pan 2007. Por consequência, a população desconhece este lado podre, abraça os Jogos e a Copa como se fossem mais importante que acabar com a corrupção, ou fazer justiça.

Agenda Setting
Para puxar assunto com alguém que você pouco conhece, você dificilmente começará bem se falar de sua joanete, ou de como jogou bem na pelada do último sábado. No entanto, poderá render um bom tempo de conversa se começar falando do câncer de Gianecchini, ou do clássico do domingo.

Imagine que você mal chegou na empresa e na hora do almoço duas ou três pessoas dividem a cozinha contigo. Tentando parecer simpático você toma a iniciativa de começar uma conversa. "Devo falar da minha viagem? Pode parecer esnobe. E se eu falar de como queimei o arroz ontem? Que brega." São assuntos que despertam pouco ou nenhuma motivação.

Mas se por outro lado você falar daquela matéria do Fantástico ou da nova lei sobre cigarros, é mais provável que as demais pessoas tenham o que falar, opinar, concordar ou discordar. Esses assuntos em comum fazer parte da "agenda social". Os assuntos abordados pela imprensa estão fazendo parte do "Agenda Setting".

Enfim, os assuntos abordados pela mídia acabam tomando espaço na chamada agenda social. No Brasil, infelizmente, entende-se por media, uma única instituição denominada Globo. Não vou me prender em achar bom ou ruim, mas certamente não é democrático.

Podemos questionar as razões pelas quais a Globo detém o poder que tem hoje, ou os motivos que as demais emissoras abertas não conseguem se desenvolver, mas sem dúvidas boa parte das conversas sociais passam por assuntos abordados pelos canais de comunicação dos Marinhos.



quinta-feira, 19 de abril de 2012

Prova Liquigás 2012

No último final de semana realizei mais uma prova de concurso público para a área de comunicação. Desta vez, para a Liquigás, organizada pela Cesgranrio. O bom foi que não caiu perguntinhas sobre a empresa, regimento interno... Pena que caiu muita coisa de Relações Públicas, o que me derrubou.

Mais uma vez fique na margem dos 70%-75% de acertos. Para ser mais preciso, apenas 72%. Preciso dar uma lida nos livros de RP.

Fazendo uma auto-avaliação, também preciso me aprofunda rmais em Publicidade. As questões gerais e de jornalismo me renderam 80% de acerto, nada mal.

Segue link para a Prova e para o Gabarito.

Bons estudos

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Escola de Frankfurt - Parte 03

Como vimos no último post, os estudiosos de Frankfurt acreditavam que a industrialização da cultura estava fazendo mal à sociedade. A popularização, massificação, da cultura, antes restrita - erudita -, estava tornando os homens menos críticos. Alienados ao que ocorre ao redor, os homens agora são isolados, alienados e acríticos, não são mais mobilizados em buscar o bem social, mas sim a satisfação pessoal e evitam sair da popular, hoje, zona de conforto.

Mudanças no setor público
Percebendo essa nova característica social, o filósofo Jurgen Habermas defendia que a distribuição da cultura estava deixando as pessoas meno politizadas. Agora, a sociedade tem mais interesse em consumir cultura que em se envolver na esfera política e, ou, nos processos democráticos.

Se a circulação da mídia impressa, na economia de marcado, permitira uma visão crítica e renovada em relação ao Estado e às autoridades tradicionais (em especial à igreja); por outro lado, o desenvolvimento da imprensa a deixou refém de interesses privados. Assim, o equilíbrio social que existia entre interesses privados, de estado e imprensa, terminou.

Com a mudança social, sobretudo impulsionada pela expansão capitalista, transformou o cidadão em consumidor e em contribuinte, apenas.

Cultura Pop
A definição de cultura pop é penosa, mas para sua sorte sou extremamente simplista e não pretendo dissertar, muito menos filosofar sobre o assunto; vamos apenas sintetizar e dizer que cultura pop seria uma forma menos agressiva de definir a indústria cultural. Não se define cultura pop como boa ou má, ruim ou boa, apenas como uma cultura, acreditem ou não, popular.

Umberto Eco, na obra Apocalípticos e Integrados (um ícone dos estudos em Comunicação), aponta que os Franfkurtianos definem a cultura pop como algo maléfico. Na visão frankfurtiana, a cultura popular manipula você nas tomadas de decisões. Sucessos como Super-homem ou Cidadão Kane não são arte, mas apenas obras manipuladoras, pois eles (os frankfurtianos) ignoram a autonomia humana na tomada de decisões.

No entanto, para outras correntes de estudo, a cultura pop é maravilhosa. Os estudiosos americanos, por exemplo, acreditam que a cultura pop existe para subverter e não para servir uma ideologia. A cultura pop é vista como uma arte que pretende incomodar e não acomodar.

O conceito de cultura pop não confronta o de indústria cultural, pelo contrário, é um complemento. Percebe-se que é possível que a arte popular incomode o leitor (ouvinte...).

Características da Cultura Pop
A cultura pop surge para romper metodologias. Apresentam inovações significativas dentro dos gêneros. Jornada nas estrelas inovou as séries. Homem-aranha (e outros heróis da Marvel) inovam o personagem de herói, mostrando o lado humano deles.

Apresentam uma leitura crítica do mundo. A proposta dos criadores da cultura popular é fazer o homem pensar sobre a sociedade em que está inserido. São provocadores e apresentam um modelo bem definido de sua visão.

Considerações finais
Acredito que, basicamente, os estudos de Frankfurt foram bem abordados pelos três posts.

A Escola de Frankfurt desmascarou a benignidade dos media, e foi tomando um ar pessimista sobre o homem, o que fez os estudiosos olharam para os estudos dos frankfurtianos com certo preconceito. No entanto, estudos recentes têm revelados pontos de vista bem interessante e o conceito de "apocalíptico" vem caindo em desuso para definir tais pensadores, embora a expressão possa ser bem empregada em alguns casos.

As críticas dos frankfurtianos à cultura popular não se deve ao fato de ser popular, mas por rebaixarem a qualidade e os padrões.

Devemos lembrar também que a corrente não se limitou a estudar a comunicação para melhor usá-la para fins políticos (como outras correntes) pois estava mais preocupada com uma pesquisa crítica do uso e exploração dos meios.

Referência bibliográfica
Cultura Popular. Gian Danton
Teorias da Comunicação. Ivan Carlo de Andrade Oliveira
Teorias da Comunicação. Mauro Wolf
Teorias da Comunicação - Conceitos, escolas e tendências. Luiz C. Martino, Antonio Hohlfeldt, Vera Veiga Franca




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